O recuo do Governo Federal na compra de 46 milhões de doses da Coronavac ampliou o debate brasileiro sobre as vacinas contra Covid-19. Dois imunizantes estão em fase três de testes. Coordenadora da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), dra. Ana Karolina Barreto Marinho afirma que um fabricante não será suficiente.
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— É importante saber que precisaremos de todos os fabricantes. Não dá pra imaginar que só um vá contemplar a população. O mundo está unindo esforços. Não há espaço neste momento para polarizações e extremismos. Ambas vacinas são bem-vindas caso tenham eficácia — pontua a doutora em Ciências.
Ouça a entrevista com a coordenadora do Departamento Científico de Imunização da ASBAI:
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De acordo com a doutora Ana Karolina, as vacinas podem ficar à disposição da população a partir do primeiro trimestre de 2021. Além da Coronavac, os estudos da farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford também estão na última fase de testes. A cientista explicou no Estúdio CBN Diário a velocidade no desenvolvimento.
— Existia um conhecimento prévio para desenvolvimento de uma vacina contra coronavírus. Estava restrito em um laboratório específico. O que acontece agora é que todo o trabalho é voltado ao desenvolvimento mais rápido. Daí vem a rapidez observada. Mas as etapas estão sendo cumpridas como em qualquer outra vacina — afirma a cientista.
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A vacina Coronavac é desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com a empresa farmacêutica chinesa Sinovach. Pesquisadores do órgão brasileiro apontam que a Cororovac é a mais seguro entre as testadas no país. O Ministério da Saúde acenou na terça-feira (20) com a compra de 46 milhões de doses, mas o presidente Jair Bolsonaro freou a aquisição alegando que ainda não há comprovação da eficácia.