Um dia após o anúncio do aumento da tarifa do transporte coletivo de Joinville, os usuários de ônibus se mostraram descontentes com os novos valores de R$ 4 (antecipada) e R$ 4,50 (embarcada). Anteriormente, as passagens custavam R$ 3,70 e R$ 4,50 e agora vão sofrer o reajuste a partir da zero hora da próxima segunda-feira.

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A auxiliar de produção Patrícia Aparecida Gonçalves, 37 anos, acha o aumento abusivo porque é acima da inflação. O reajuste será de 8,1%, enquanto a inflação medida pelo INPC ficou em 7,39% nos últimos 12 meses e em 6,99% pelo IPCA.

– Eu uso ônibus todos os dias e acho que esse valor é demais, ainda mais que você acaba pegando ônibus antigos e praticamente paga para andar em pé – conta.

Até quem gosta do serviço oferecido pelas empresas acha que a passagem está cara. A diarista Anice Maria da Conceição, 42 anos, usa o transporte todos os dias e não tem reclamações sobre a qualidade dos ônibus, mas ainda assim acredita que o valor está muito acima do aceitável.

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Por outro lado, a operadora de caixa Andressa de Oliveira, 25 anos, acha que o preço seria justo apenas se houvesse melhorias no trânsito e nos veículos.

– Eu não pego ônibus todos os dias porque tenho carro, mas se a passagem fosse mais barata até compensaria deixar o carro em casa para usar apenas o ônibus – defende.

O aumento da passagem atendeu às planilhas técnicas das empresas e da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), assim como aconteceu no final de 2015, quando as empresas Gidion e Transtusa conseguiram liminar para que os valores acompanhassem a planilha. Essa decisão também foi mantida pelo Tribunal de Justiça.

MPL organiza protesto

Com o objetivo de barrar o reajuste no transporte coletivo, o Movimento Passe Livre (MPL) realiza uma manifestação na próxima segunda-feira, a partir das 18 horas, na praça da Bandeira, ao lado do terminal do Centro. O MPL entende que o aumento é fruto de uma aliança da Prefeitura com as empresas Gidion e Transtusa.

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– Elas pedem o aumento e a Prefeitura acata. É ainda mais absurdo agora que eles estão seguindo a planilha, que não é divulgada publicamente. As empresas colocam como querem na planilha e a Prefeitura aumenta o valor da passagem – disse um representante do movimento.

A expectativa dos organizadores é a participação de ocupações de moradia, grêmios estudantis, setores sociais da torcida organizada do Joinville Esporte Clube, movimentos sociais e outros grupos de apoio, além da população em geral.

Segundo o movimento, o objetivo principal do MPL é a tarifa zero, paga por meio de imposto progressivo, taxação de maiores impostos em terrenos e moradias abandonadas e porcentagens do estacionamento rotativo para o transporte.

No entanto, neste momento, eles buscam barrar o aumento de tarifa e que a Prefeitura volte atrás para manter a tarifa em R$ 3,70.

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