Um homem de 28 anos forjou o próprio sequestro e acabou preso em flagrante pelo crime de extorsão. Seu nome não foi divulgado em respeito à mãe, que ficou transtornada pensando que o filho havia sido sequestrado. O desespero da dona de casa foi ainda maior porque ela não tinha o valor exigido no falso resgate.
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O rapaz sumiu de casa, em Urubici, serra catarinense, na quinta-feira, dia 16. Três dias depois, no domingo, a mãe recebeu a primeira ligação. O filho dizia que havia sido sequestrado e precisava de R$ 3 mil para ser libertado.
O dinheiro deveria ser depositado em uma conta no banco, até as 15h do dia seguinte. A ligação terminou com uma pessoa arrancando ou fingindo arrancar o telefone das mãos da falsa vítima.
A família registrou boletim de ocorrência no domingo, dia 19. No mesmo dia, policiais civis das delegacias de Urubici e Bom Retiro, e da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) – unidade de elite da Polícia Civil de SC – começaram a investigar o caso.
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Na segunda-feira, dia 20, o rapaz ligou de novo para a mãe dizendo que estava esperando o depósito para poder voltar para casa. A ligação foi rastreada e a polícia descobriu que o número é de um telefone fixo do Shopping Itaguaçu, em São José.
Policiais da Deic fizeram buscas no local com a foto da falsa vítima, encontrada no lado de fora do shopping.
– Estou sequestrado – disse o rapaz, sentado num banco, sozinho.
Contou aos policiais que foi levado por traficantes e forçado a usar cocaína. Acabou preso em flagrante pelo crime de extorsão (pena de quatro a dez anos) e transferido para a Central de Triagem do Estreito. O carro dele foi encontrado perto do shopping.
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Os policiais trabalharam o caso como sequestro, mas não descartaram a possibilidade de ser forjado.
– Desconfiamos por ele (falsa vítima) ser usuário de drogas e pelo valor exigido. Um valor pequeno para um crime que tem consequências tão graves. Um sequestrador não assumiria o risco de pegar entre cinco e dez anos de cadeia por R$ 3 mil – disse o titular da Delegacia da Comarca de Urubici, delegado Gustavo Gigliotti Murijo.
O delegado Murijo destacou a importância do trabalho em conjunto das três unidades para o sucesso do caso.