Do último trimestre de 2010 para o primeiro deste ano, a fatia de cheques pré-datados emitidos no mercado aumentou quase 2 pontos percentuais, de 76,37% para 78,04%. O principal motivo para o aumento foram as medidas de restrição ao crédito anunciadas pelo governo no final do ano passado. Esse acréscimo equivale a R$ 13,250 bilhões que irrigaram o mercado fora das estatísticas do Banco Central no período.

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No ano, o crédito do pré-datado pode atingir R$ 53 bilhões, calcula José Antônio Praxedes Neto, presidente da Telecheque, empresa especializada em concessão de crédito ao varejo. O pré-datado, segundo ele, responde por 15% do volume de crédito livre destinado a consumidores e empresas no país e é uma alternativa de crédito com custo financeiro bem mais acessível que as linhas das financeiras.

Nas contas do executivo, a prestação de um financiamento de R$ 1 mil, em dez vezes, no pré-datado, embutindo uma taxa de desconto antecipado do cheque de 1,5%, seria quase 11% menor comparada à mensalidade de um financiamento do mesmo valor e prazo, com juros de 3,5% ao mês e o novo IOF.

Dados de outra empresa especializada em garantia de cheque, a Check Ok, confirma o avanço do pré-datado. Segundo Antônio Afonso, executivo da companhia, houve uma aumento de 13% no total de pré-datados em valor no primeiro trimestre deste ano na comparação com igual período de 2010 e 6% em número de documentos.

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