Com uma alta incidência – uma a cada mil nascimentos – a mielomeningocele é uma doença congênita que acomete o bebê entre a terceira ou quarta semana de vida intra-uterina. Ocorre uma alteração nas estruturas que formarão a coluna vertebral e medula espinhal, provocando uma paralisia grave que atinge a bexiga, o intestino e os membros inferiores, em graus variados.

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– Ao nascimento, o bebê apresenta uma descontinuidade na pele com exposição dos nervos nas costas. A maioria também apresenta hidrocefalia. É uma doença grave que acomete vários órgãos e sistemas do organismo – explica o médico ortopedista Antonio Carlos Fernandes.

A causa da doença é multifatorial, sendo descritos fatores genéticos e ambientais. Um deles é a carência de ácido fólico (vitamina do complexo B) no organismo da mãe na época da concepção. Por isso, a prevenção da doença é um fator muito importante.

– É recomendado que todas as mulheres em idade fértil façam o uso de vitamina B9 diariamente – destaca o ortopedista.

Em 2002, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a adição de 4,2 miligramas de ferro e de 150 miligramas de ácido fólico para cada 100 gramas de farinha de trigo e de milho. A intenção era reduzir a prevalência de anemia por deficiência de ferro e prevenir defeitos do tubo neural.

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– A iniciativa é excelente, mas a quantidade existente nas farinhas e insuficiente para prevenir a mielomeningocele – afirma a neurocirurgiã pediátrica Nelci Zanon Collange.

Recentemente, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) lançou a recomendação de consumo de suplementos de ácido fólico – 400 microgramas por dia durante pelo menos um mês antes de engravidar e ao longo do primeiro trimestre de gestação – período em que o tubo neural está em pleno desenvolvimento.

– A maioria das gestações não são programadas. Quando o ácido fólico é prescrito para a mãe após a concepção, pode-se prevenir, em parte, o lábio leporino e a fenda palatina, mas não a mielomeningocele. Por isso a recomendação do uso do acido fólico durante todo o período fértil das mulheres é fortemente recomendada – destaca Nelci.

O ácido fólico é uma vitamina presente em alimentos como o espinafre, aspargo, brócolis, vegetais de folhas verde-escuras, fígado, frutas cítricas e gema de ovo. Entretanto, para as mulheres que planejam engravidar, recomenda-se a ingestão de suplementos dessa vitamina. Neste caso, é importante consultar um médico que poderá orientar sobre a prescrição correta.

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Fonte: Hospital Samaritano