Cerca de 350 servidores da prefeitura e do estado que atuam no prédio do gabinete do prefeito de Florianópolis, na Rua Tenente Silveira, no Centro, foram orientados a evitar contato com a água do imóvel. Com a suspeita de contaminação por esgoto, eles devem consumir apenas água mineral e usar álcool gel para higienizar as mãos. A caixa d’água passou por uma limpeza e um relatório de potabilidade deve ser divulgado nesta sexta-feira (14).
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Entre os órgãos instalados no imóvel está a superintendência municipal de saneamento e habitação, que coordena o programa Floripa Se Liga na Rede, responsável por combater irregularidades no esgoto da capital. Os trabalhadores do prédio têm observado alterações no cheiro e coloração da água e até passaram mal por causa disso, segundo secretário de administração do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal (Sintrasem), Bruno Ziliotto.
— Na terça-feira passada, eles começaram a relatar casos de diarreia, vômito e viram que isso tava acontecendo com os colegas de trabalho também. Eles entraram em contato com a vigilância sanitária, mas tiveram dificuldade na identificação, por questões burocráticas. As poucas respostas que tiveram das chefias imediatas eram desencontradas. Fomos informados que na próxima segunda (17) a situação deve estar normalizada – afirmou.
A prefeitura informou, via assessoria de imprensa, que a responsabilidade de manutenção é do estado, que é proprietário do prédio. Questionada se a vigilância sanitária foi acionada para interdição do local ou até emissão de multa, diante da suspeita de risco à saúde humana, o município informou por meio da assessoria que o acionamento da fiscalização é tarefa do estado, o dono do imóvel.
Na tarde dessa quinta, a secretaria de estado da Administração informou que o termo de cessão do prédio indica que a manutenção do espaço é obrigação da prefeitura.
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O prédio da Tenente Silveira foi cedido para prefeitura há 18 anos, mas pertence ao governo de Santa Catarina, que atualmente ocupa dois andares para a secretaria de estado da Fazenda. Conforme o Sintrasem, ao menos 100 pessoas trabalham em repartições da prefeitura no local. Pelo estado, até 250 atuam naquele espaço, segundo o governo.
Via assessoria de imprensa, o estado informou que a suspeita é de que as chuvas recentes possam ter feito o esgoto extravasar, por se tratar de uma construção antiga. Com isso, a água teria sido contaminada.
O governo catarinense ainda esclareceu que ao observar o problema providenciou a limpeza da caixa d'água e dos canos do prédio no último sábado (8). Agora, aguarda um relatório de potabilidade da água que deve ser divulgado pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) nesta sexta-feira (14).