Quando o assunto é o desenvolvimento dos bebês, a maioria dos pais têm muitas dúvidas sobre o uso da chupeta. Segundo Christine Bruder – psicóloga e psicanalista do berçário Primetime Child Development – , os bebês com até três meses de idade percebem a sucção como uma necessidade fisiológica independente da fome. Alguns apresentam esta necessidade com mais ênfase, sentida fisicamente, em forma de uma insuportável tensão na boca. Nesse caso, oferecer qualquer outro meio de conforto não é eficaz.

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A piscicóloga ainda afirma que, por ser uma necessidade básica, não há o risco de o bebê criar um hábito/vício pela chupeta. Ao contrário. Ao se acostumar a ter suas necessidades atendidas, ele cresce seguro e confiante e, na medida em que sua necessidade é satisfeita, tende a não mais precisar da chupeta e deixa de usá-Ia.

Após três meses de vida do bebê, a chupeta pode continuar sendo importante para a criança, mas com a função de objeto de apego, que traz calma, conforto e equilíbrio. Por isso, é preciso tratá-la com o respeito e a consideração que tratamos os outros objetos com a mesma função, como alguns brinquedos especiais, paninhos, etc.

Mas o que fazer quando a família julgar necessário cessar o uso da chupeta? Algumas estratégias, apesar de muito difundidas, podem ser prejudiciais à estabilidade emocional da criança. É importante respeitar e identificar o momento de seu desenvolvimento.

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::: Confira abaixo algumas considerações que Christine Bruder preparou sobre essas estratégias:

? A criança está sendo convencida a fazer acordos que talvez não tenha maturidade para manter? Pela sua experiência, é provável que, em curto prazo, ela queira voltar atrás?

Uma criança menor de três anos, apesar de em muitos casos entender o significado de um acordo, não tem a maturidade necessária para mantê-lo ou arcar com as consequências de ter dado sua palavra, portanto ela não deve ser levada a fazê-Io.

? A criança está sendo estimulada (convencida) a dar sua chupeta a alguém?

Se for este o caso, ela pode ficar magoada com o adulto, por tê-Ia convencido a entregar sua chupeta, ou ainda se ressentir com quem a recebeu. Uma criança menor de três anos geralmente não tem maturidade para se responsabilizar pelas próprias decisões, por menores que sejam, e em situações de estresse ela tende a responsabilizar os outros. Não é interessante que ela se ressinta com os pais ou com o irmão recém nascido.

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? A estratégia envolve troca/entrega da chupeta a seres mágicos ou de ficção?

Criaturas mágicas (fadas, Papai Noel, coelho da Páscoa, etc.) pertencem ao mundo da fantasia, não devem ser envolvidas em assuntos de caráter prático, sob o risco de gerar insegurança à criança. Por volta dos 2 e 3 anos, começa a exploração do mundo da fantasia e a diferenciação entre ela e a realidade. A transposição deliberada desta fronteira gera dissonâncias cognitivas e ansiedade.

? Envolve a mutilação, descarte ou desaparecimento repentino da chupeta?

A criança menor de três anos conta com a presença física de seu objeto de apoio para se sentir segura em momentos de estresse. O desaparecimento antes da possibilidade de substituição ou a destruição do objeto de apoio pode gerar diferentes graus de ansiedade.