Ela é uma senhora respeitável e em forma, apesar do primeiro século de vida recém completado. Tem lá e cá alguma marca do tempo, mas segue importante para a região. Escondida aos olhos de quem passa diariamente pela Rua Bahia, a Usina Salto fica às margens do Itajaí-Açu pouco antes da Ponte do Salto. Mas a partir do ano que vem a estrutura deve aparecer mais. A prefeitura e a Celesc pretendem firmar uma parceria para aproveitar turisticamente o espaço. E a geração de energia não deve parar. Os equipamentos originais estão recebendo automatização e novas peças.

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Há cerca de um ano as máquinas estão paradas para instalação do novo sistema. Se antes eram necessários operadores bem treinados para controlar os equipamentos que desembarcaram no Brasil no início do século 20, a partir do ano que vem será preciso um toque de botão, que poderá ser acionado de Florianópolis, onde fica a central de controle. O investimento é de R$ 1,5 milhão.

::: Prefeitura de Blumenau e Celesc planejam aproveitar a Usina Salto para lazer

Conforme a companhia, a mudança vai baratear a operação e atender a novos critérios estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

– A usina continua muito importante para a região. Ela é capaz de atender uma cidade do tamanho de Massaranduba e ajuda na estabilidade do sistema de distribuição de energia – explica o gerente regional da Celesc, Cláudio Varella.

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Celesc quer ampliar geração de energia

O valor da Usina Salto veio já quando começou a operar. Erguida por empresários que queriam investir na produção de energia elétrica para alavancar a industrialização de Blumenau, ela foi a primeira geradora de energia de maior porte no Estado, com 6,3 Megawatts-hora (MWh). Construída num ponto estratégico do rio por conta das corredeiras e do volume de água, funcionava até o início da automatização da mesma forma como foi inaugurada.

Roberto Deschamps lembra das manobras que precisou aprender até se tornar um dos principais operadores. Entre os episódios mais marcantes que viveu no prédio histórico está a enchente de 1983. Recorda quando teve de sair com água na altura do peito depois de ver que pouco adiantou o trabalho de tentar tirar da usina a água da cheia que aumentava a olhos vistos.

– Minha mulher dizia que eu tinha que levar a minha mudança para a usina, porque eu vivia lá. Mas eu gostava muito, cuidava como a minha casa – lembra Deschamps, hoje aposentado e um dos vários funcionários de carreira da usina.

A comemoração do centenário será no primeiro semestre de 2015. A ideia é festejar junto os 60 anos da Celesc. A companhia tem plano de ampliar de 6,3 MWh para 30 MWh a capacidade de geração de energia. Por enquanto não há prazo para o projeto de R$ 200 milhões sair do papel. A previsão é de que o retorno da automação venha após 12 meses da conclusão do processo, o que deve ocorrer antes do fim da concessão de 30 anos para a Celesc. O prazo acaba em novembro de 2016, quando a Aneel deve fazer novo processo de concessão.

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