Investigação do judiciário suíço aponta que a companhia francesa Alstom destinou mais de R$ 46 milhões em propinas para conseguir contratos públicos no Brasil nos anos 1990. Entre eles, estaria o da construção da Usina Hidrelétrica de Itá, em Santa Catarina.
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A informação faz parte do processo da promotoria suíça contra Oskar Holenweger, julgado por diversos crimes e chamado de “o banqueiro da Alstom” e foi divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo. De acordo com a reportagem, os promotores mencionaram o envolvimento de uma empresa de consultoria – a Janus Holding – que seria usada em três ocasiões, entre janeiro e outubro de 1999, para transferir mais de R$ 1 milhão para beneficiários do projeto em Itá.
A investigação aponta o pagamento de propinas já na fase final da obra, que terminou em 2000 – mesmo ano de início das operações da hidrelétrica. O custo total obra foi estimado em US$ 700 milhões.
A Alstom é uma indústria francesa especializada em obras de infraestrutura nos setores de produção de energia e de transportes. Na produção de energia, atua na construção de usinas, equipamentos e prestação de serviços. As investigações agora levantam suspeitas sobre os meios como foram obtidos esses contratos.
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A constatação da justiça da suíça é de que há “evidências claras de suborno” e até uma “tabela oficial” de propina no Brasil.
Em nota, a Alstom do Brasil disse que os contratos seguiram “um processo de concorrência competitiva e estão em conformidade com as normas legais existentes no Brasil”. O Consórcio Itá disse que qualquer declaração deveria ser buscada junto à empresa controladora do consórcio, a Tractebel – que detêm 69% de participação.
Já a Tractebel afirmou – por meio de sua assessoria – que desconhece qualquer contrato efetuado com a Alstom antes de 2000, ano em que adquiriu uma parcela da Itasa e passou a fazer parte do consórcio que administra a usina.
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