Questionados nas entrevistas coletivas sobre os protestos que estão sacudindo a semana no Brasil, uruguaios e nigerianos mostraram atitudes opostas.

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À tarde, o técnico nigeriano Stephen Keshi sequer entendeu quando um jornalista perguntou o que ele achava das manifestações. Talvez ressabiado com a greve de seus jogadores, achou que estava sendo perguntado sobre um eventual protesto de jogadores brasileiros. Quando entendeu, foi categórico:

– Seja lá o que o povo esteja fazendo, isso tem a ver com a política. E sempre devemos manter o futebol longe da política.

O goleiro Eneyama foi questionado sobre a identificação da equipe com Salvador, cidade com maior população de afrodescendentes no Brasil, e deu de ombros.

– Nossa rotina é assim: a gente chega, joga, vê o sol e a lua e o ar que a gente respira. Só nos preocupamos com o jogo amanhã (quinta), mais nada.

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Já os uruguaios se mostraram mais conscientes do que ocorre à sua volta. Forlán disse não ser a melhor pessoa para tratar do porquê das manifestações, mas disse achar natural.

– Agora, com a Copa das Confederações, é um momento em que todo mundo está olhando para o Brasil. É a hora de falar, expressar o que está errado – afirmou.

O técnico do Uruguai, Oscar Tabárez, lembrou da greve dos trabalhadores em hotelaria de Salvador, que levou manifestações inclusive à frente do hotel em que a seleção está hospedada:

– Protestar é um direito básico de um povo. O fato de que estão sendo intensificados agora parece que seja uma simples questão estratégica. Estamos acompanhando com muita curiosidade, nos impressionou a quantidade de pessoas nas ruas. Na porta de nosso hotel tem manifestação, mas estão simplesmente lá, segurando cartazes. Tudo feito de forma muito respeitosa – destacou.

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