O Uruguai tinha bons motivos na semana passada para reclamar, bater o pé, ameaçar e tirar o time de campo. Quinta-feira da semana passada, quando desembarcou em Recife, encontrou uma chuva de dois dias e nenhum campo para treinar. Precisou exercitar-se numa academia no começo da noite.
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Em Salvador, no começo da semana, sofreu com a greve dos funcionários do hotel. Voltou a Pernambuco nesta sexta-feira e foi castigado pela chuva outra vez. Uma piada entre os recifenses diz que o governo estadual vai convidar a seleção uruguaia para jogar no sertão nordestino. É chuva na certa.
Antes da estreia contra a Espanha, o Uruguai reclamou muito. Bateu na porta da Fifa, que era próxima, pois as duas delegações dividiam andares próximos no Mar Hotel, no bairro Boa Viagem. Mostrou toda a insatisfação, reclamou o técnico Oscár Tabárez, queixou-se o capitão Diego Lugano. Os jogadores ironizaram a situação nas entrevistas coletivas no hotel e na Arena Pernambuco.
– Mas nunca pensamos em desistir – informou nesta sexta-feira, às 13h, o assessor de imprensa do Uruguai, Matias Faral, que acompanha a delegação, mora em Montevidéu e é casado com uma gaúcha de Porto Alegre.
Ao ser questionado sobre a mobilização popular em diferentes capitais brasileiras e se as passeatas poderiam afetar a Copa das Confederações, quem sabem cancelar o torneio, o profissional que faz o meio-campo entre a seleção e os jornalistas mostrou-se surpreso:
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– Estou sabendo por você.
Uma fonte da Fifa, que pediu sigilo sobre o seu nome, disse que não acredita que um filiado desista de um torneio oficial em andamento sem o ok da entidade. Ele garante que a punição seria pesada e exemplar. O país receberia uma larga suspensão, estaria fora de qualquer competição e deixaria de disputar eliminatórias para a Copa do Mundo. A confederação do país seria punida, multada e os clubes da nação rebelde também sofreriam sanções duras.