O ex-presidente e atual senador uruguaio José Mujica declarou, nesta sexta-feira, que seu país “não vai pôr um policial” atrás dos refugiados de Guantánamo, referindo-se à situação de Jihad Diyab, cujo paradeiro é desconhecido.
Continua depois da publicidade
“Aqui, vêm para viver. Agora, se um dia vai um para a Rivera, cruza a fronteira e vai para o outro lado, como tantos, o Uruguai não vai pôr um policial atrás para andar controlando o que faz, ou o que deixa de fazer”, disse o ex-presidente à imprensa local, nesta sexta-feira.
Diyab, de origem sírio, chegou em 2014 com outros cinco ex-detentos mediante um acordo entre Estados Unidos e Uruguai.
Ao ser consultado sobre as consequências para Diyab, Mujica afirmou que “acarretará com os riscos que corresponde se entrou clandestino no Brasil”.
O ex-presidente manifestou sua decepção com a falta de solidariedade com os ex-presos de Guantánamo e declarou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não conseguiu fechar essa instalação pela oposição de “setores reacionários de seu país”.
Continua depois da publicidade
“Obama fez duas campanhas eleitorais, prometendo que iria dissolver Guantánamo e não conseguiu, porque seu país, a parte reacionária, não lhe permitiu, e eu acho que era uma causa digna”, sentenciou.
* AFP