Todos os escândalos e o próprio desgaste da classe política não foram suficientes para renovar o quadro de opções aos eleitores catarinenses, especialmente em Joinville, Florianópolis e Blumenau, as três cidades mais populosas do Estado. Nesses colégios eleitorais a maior parte dos postulantes é figurinha carimbada em disputas pelas prefeituras.

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Em Joinville isso é claro. Dos principais candidatos, apenas José Aluizio Vieira, o dr. Xuxo (PP), ainda não concorreu a prefeito – e, mesmo assim, foi candidato a vice na chapa liderada por Mauro Mariani (PMDB) em 2008. Também estavam naquela eleição e se repetem hoje o ex-prefeito Carlito Merss (PT), o ex-vice Rodrigo Bornholdt (PDT) e o deputado estadual Darci de Matos (PSD). Disputavam a sucessão de Marco Tebaldi (PSDB), também candidato hoje. Todos se opõem ao prefeito Udo Döhler (PMDB), eleito há quatro anos.

Em Blumenau, a ausência do casal Décio e Ana Paula Lima (PT) da disputa abriu espaço para renovação à esquerda, com as candidaturas de Arnaldo Zimmermann (PCdoB) e Valmor Schiochet (PT). Fora isso, existe a terceira tentativa de Ivan Naatz (PDT) e uma forte tendência à repetição do segundo turno de 2012, quando Napoleão Bernardes (PSDB) derrotou Jean Kuhlmann (PSD).

A desistência do prefeito Cesar Souza Junior (PSD) de concorrer à reeleição em Florianópolis evitou que o quadro eleitoral da cidade fosse praticamente idêntico ao de quatro anos atrás. Mesmo assim, seu lugar é ocupado pela ex-prefeita Angela Amin (PP). Repetem-se Gean Loureiro (PMDB), Angela Albino (PCdoB) e Elson Pereira (PSOL), segundo, terceira e quarto colocados em 2012. A única novidade entre as candidaturas viáveis é o ex-secretário estadual Murilo Flores (PSB), virgem nas urnas.

Duas leituras são possíveis nesse quadro. A primeira, óbvia, é a de que o próprio sistema político dificulta a renovação de lideranças e candidaturas outsiders. A diminuição do tempo de campanha eleitoral contribuiu para fortalecer quem já está na cabeça do eleitor. A segunda leitura vem da constatação de que as três cidades passaram por ciclos de renovação política entre 2008 e 2012.

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Foi nessas duas disputas que a maior parte dos atuais candidatos consolidaram-se como prefeituráveis – as exceções, vindas dos anos 1990, são Carlito em Joinville e Angela Amin em Florianópolis. Existem nomes eventualmente fora do jogo, especialmente os que miram as disputas estaduais, mas a verdade é que, salvo algum evento que mude a rotação da política como um todo, o eleitorado joinvilense, florianopolitano e blumenauense vai ter que se acostumar a esses nomes nesta e em próximas disputas.