No final de 2015, a Assembleia Legislativa precisou recorrer a reforço judicial e isolamento do plenário para votar os projetos mais importantes do ano parlamentar. Os sindicatos que representam servidores estaduais estavam mobilizados para tentar impedir a aprovação da reforma da previdência e o plano de carreira do magistério. Comparado àqueles dias tensos, este final de ano na Assembleia está uma verdadeira calmaria.

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Não que faltem projetos importantes, falta é apelo e polêmicos que unam mais de uma categoria. As questões deste final de ano envolvem mais bastidores do que plenário. Foi assim com o projeto que busca regularizar a operação financeira que transformou em doações ao Fundo Social quase R$ 1 bilhão em impostos a serem pagos pela Celesc. TJ e MPSC foram os primeiros a cobrar a conta e acertou-se o pagamento de R$ 80 milhões em cinco anos com a transferência de parte do orçamento da Alesc.

Seguindo os passos, municípios e Udesc também conseguiram uma fórmula para receber os recursos que o governo representou entre 2015 e 2016. Tirando deputados do PT e um ou outro parlamentar não alinhado – como o peemedebista Fernando Coruja – ninguém mais deve reclamar sobre o assunto. O pedido de impeachment do governador Raimundo Colombo (PSD) por causa da operação financeira supostamente irregular foi arquivado pelo presidente Gelson Merisio (PSD) com o argumento de que entidades sindicais – 29 delas assinaram o pedido – não tem legitimidade para tal. O tema deve ganhar alguma repercussão em março, quando for analisado pelos quase sempre compreensivos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.

Apenas a nova composição do secretariado de Colombo ainda mantém vivo o ano de 2016 na política estadual. Faltam alguns sorrisos e agrados para a confirmação da adesão do PSDB e do PP ao colegiado estadual. Os deputados estaduais tucanos Vicente Caropreso e Leonel Pavan já escolhem os nomes para suas futuras equipes nas pastas da Saúde e de Turismo, Cultura e Esporte. O mesmo deve estar fazendo o pepista Valmir Comin em relação à Assistência Social. Sem cargos, inicialmente, o PDT também se aproxima, enquanto o PCdoB fica quieto para manter os postos que têm. O secretariado vai ficar mais parecido com a base parlamentar.

CCJ em disputa

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Preterido no acordo que promoveu a divisão do próximo mandato do presidente da Assembleia Legislativa entre Silvio Dreveck (PP) e Aldo Schneider (PMDB), o PSDB do deputado Marcos Vieira quer o comando da poderosa Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) como compensação. A CCJ funciona como um miniplenário por onde passam todos os projetos e efetivamente são feitos debates legislativos. O PMDB não pretende largar o posto – Valdir Cobalchini, líder do partido, é candidato a suceder o colega Mauro de Nadal.