Maior partido de Santa Catarina em número de eleitos e de filiados, o PMDB tem nas eleições de outubro um desafio além de manter a posição historicamente conquistada. Único partido com diretórios em todas as cidades catarinenses, o partido precisa reforçar sua posição nos maiores municípios do Estado.
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O alerta foi ligado nas eleições de 2014. Naquela disputa, o PMDB apoiou a reeleição do governador Raimundo Colombo (PSD), mantendo Eduardo Pinho Moreira na chapa que acabou vitoriosa ainda em primeiro turno. Venceu a corrida ao Senado com Dário Berger, em uma eleição apertada contra Paulo Bornhausen (PSB) – 135 mil votos de diferença.
Veio dessa disputa a constatação de que o partido deveria ter uma olhar diferenciado para o maiores centros regionais. Na votação dos dez maiores colégios eleitorais, Bornhausen ficou na frente por 23 mil votos, com vitórias expressivas em Joinville, Blumenau e Itajaí. O prestígio pessoal de Dário Berger em São José, onde foi prefeito duas vezes, diminuiu o impacto dessa vantagem – foram 32 mil votos pro peemedebista na cidade. Em Florianópolis, onde também foi prefeito, Dário livrou minguados 161 votos sobre o pessebista.
Na época, a constatação óbvia foi a de que o peso do PMDB no interior do Estado garantiu a vaga no Senado. Mas que era preciso melhorar a performance nas maiores cidades de olho na disputa pelo governo em 2018, quando os possíveis adversários deverão ter estrutura maior do que a do acanhado PSB, na época coligado a PP e PSDB. Com base nesse diagnóstico, o partido buscou reforçar sua posição em cidades estratégicas como Itajaí e São José – onde filiou, respectivamente, Volnei Morastoni (ex-PT) e José Natal (ex-PSDB) para garantir candidaturas próprias. O movimento também foi tentado, sem sucesso, em Blumenau e Chapecó. No Vale, os peemedebistas apenas apoiam a reeleição de Napoleão Bernardes, enquanto indicam o vice na chapa do PCdoB na principal cidade do Oeste.
Ao mesmo tempo, os peemedebistas abdicaram da cabeça-de-chapa em cidades onde costumam ter tradição eleitoral, como Criciúma (terra de Pinho Moreira), Lages (do prefeito Elizeu Mattos) e Palhoça (do ex-prefeito Ronério Heirderscheidt). Consolidado este cenário, as disputas de Joinville e Florianópolis se tornaram ainda mais importantes para o partido e as estratégias de 2018. O sonho do partido de retornar ao governo estadual passa pela reeleição de Udo Döhler e pela vitória de Gean Loureiro. Esforços não serão medidos.
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Fora de foco
A esquerda de Florianópolis se dividiu entre as candidaturas da deputada federal Angela Albino (PCdoB), apoiada pelo PT, e do urbanista Elson Pereira (PSOL, com PV e Rede). Pelos raivosos debates entre os militantes de ambos no Facebook, eles não disputam a prefeitura, mas o título de quem é mais de esquerda.