O que prever para uma eleição que em que uma diferença de 27 pontos entre duas candidaturas recua para oito em duas semanas? Gean Loureiro (PMDB) e Angela Amin (PP) promovem uma disputa pela prefeitura de Florianópolis que subverte as regras políticas do que é possível ou provável. Em 10 de outubro, quando o Ibope realizou a primeira pesquisa do segundo turno e atribuiu acachapantes 53% a 26% para Gean, parecia impossível a vitória da adversária pepista. Uma semana depois, 49% a 30% faziam da virada algo improvável. Ao manter a tendência de queda do peemedebista, de ascensão de Angela e reduzir a diferença entre ambos para oito percentuais (44% a 36%), o Ibope deixa claro que o jogo foi reaberto. A dúvida é se a clara tendência de crescimento de Angela será motor suficiente para virar até domingo. O debate da RBS TV e o mais longo sábado da história política contemporânea de Florianópolis devem definir a questão.
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O Ibope mostra que Angela conseguiu, especialmente nesta última semana, conquistar a maior parte dos votos de Elson Pereira (PSOL), principal nome da esquerda na cidade e terceiro colocado no primeiro turno com 20% dos votos. Até a semana passada, os eleitores do psolista distribuíam-se mais ou menos por igual entre ela e Gean, com predominância pelo voto nulo. No levantamento divulgado ontem, a pepista aparece como escolha de 39% dos eleitores de Elson enquanto Gean é o destino de 22% deles. Talvez esta seja a principal explicação para a redução da vantagem, não excluindo a forte campanha de desconstrução do peemedebista no horário eleitoral.
No primeiro turno, com pouco menos de dois minutos de televisão e dificuldades de arrecadação, Angela escorou-se na velha popularidade de ex-prefeita para garantir uma vaga no segundo turno contra a turbinada campanha de Gean – 15 partidos, quase cinco minutos no horário eleitoral. Na segunda volta, o jogo inverteu. Os tempos igualaram, Angela recebeu aportes financeiros do PP nacional e foi o peemedebista que passou a ter dificuldades de arrecadação. Além disso, não conseguiu criar fatos novos. Assim, se Gean confirmar os prognósticos e vencer, terá sido pelo que construiu no primeiro turno. As últimas três semanas serão para esquecer caso ganhe, inesquecíveis caso perca.
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