O PSD deixou o comando da Assembleia Legislativa com a eleição da dupla Sílvio Dreveck (PP) e Aldo Schneider (PMDB) para dividir os próximos dois anos de mandato, mas conquistou espaços importantes para o controle da pauta de votações. Pela primeira vez desde que Raimundo Colombo (PSD) assumiu o governo, em 2011, o partido do governador terá ao mesmo tempo o líder do governo e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
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Em todo o primeiro mandato, Colombo teve peemedebistas nos dois postos. Até o final do ano passado, a liderança foi entregue ao pepista Dreveck. Cabia a essas duas funções a organização da base aliada e o controle da tramitação dos projetos relevantes na principal comissão temática da Assembleia. É tão forte o poder da CCJ que ela é considerada uma espécie de mini-parlamento. É ali, com quorum reduzido a nove deputados, que se travam os maiores debates sobre os projetos.
Desde que Dreveck anunciou a candidatura à presidência, o pessedista Darci de Matos assumiu a liderança do governo. Passou no teste na votação de projetos no final do ano, embora nenhum deles tivesse a carga polêmica de uma reforma da previdência. Na próxima semana, Jean Kuhlmann (PSD) assume a CCJ. Os peemedebistas aceitaram entregar a posição que mantinham desde 2007 em nome do acordo que levará Aldo Schneider à presidência em 2018.
Quem estava de olho na CCJ era o PSDB do deputado Marcos Vieira. O tucano continuará a presidir a Comissão de Finanças – a segunda mais importante do Legislativo e que deve ganhar mais visibilidade com a aplicação a partir deste ano do orçamento impositivo. A manutenção do espaço que já tinham é menos do que o PSDB planejava, especialmente após o crescimento nas urnas nas eleições de outubro.
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Em maio do ano passado, Vieira foi convidado por Merisio ser um dos beneficiários da divisão de mandato, excluindo o PMDB. Em troca, levaria o partido para o projeto de 2018 do PSD. O tucano preferiu apostar que uma negociação pós-eleitoral poderia ser mais vantajosa. Na hora de voltar à mesa, o acordo entre PSD, PP e PMDB estava costurado. Sobrou ao PSDB manter as posições que tinha e uma certeza: continua livre para qualquer composição em 2018. O mandato de Vieira como presidente do partido expira em junho do ano que vem, em pleno momento eleitoral.
Upgrade
Sílvio Dreveck promete um mandato sem turbulências e uma gestão compartilhada com o vice Aldo Schneider, com que troca de posto ano que vem. Em seu discurso de posse, definiu o antecessor Gelson Merisio (PSD) como protagonista do acordo ratificado ontem. Assim como todos os envolvidos, o pepista tem planos maiores para 2018: a Câmara dos Deputados.