O que ganham Gelson Merisio (PSD) e Esperidião Amin (PP) com essa aproximação que pode resultar até mesmo em um antes improvável apoio do PSD à candidatura de Angela Amin em Florianópolis? A costura entre o presidente da Assembleia e o deputado federal que governou o Estado por duas vezes é a dos que querem construir uma sólida aliança eleitoral para as eleições de 2018 sem a presença do PMDB.
Continua depois da publicidade
Ambos são pré-candidatos ao governo do Estado. Merisio tem de sobra estrutura política e partidária. Amin conta com o nome estadualizado que lhe dá condição de largada. Se complementam. O pepista já disse que apoiar Merisio pode ser seu ¿plano b¿, ajudando a construir o palanque sonhado pelo pessedista. O contrário também pode acontecer, caso Merisio chegue a 2018 sem viabilidade eleitoral.
Como fica o governador Raimundo Colombo (PSD) nessa história? Por enquanto, resiste. Prefere manter a aliança que lhe garantiu dois mandatos e que deve catapultá-lo sem maiores dificuldades de volta ao Senado, mesmo que isso signifique devolver o governo a um peemedebista. O entrave é que mesmo sendo a principal liderança do PSD, Colombo tem dificuldades de exercer o controle do sigla. Até por estilo.
Os peemedebistas observam atentamente os movimentos que aproximam o sócio governista de seu maior rival político no Estado. Aguardam que Colombo desautorize Merisio, intervenha. Se demorar muito, o governador pode acabar diante de um fato consumado.
Curioso é que sempre se atribuiu ao PMDB catarinense uma geografia toda especial. Mesmo quando uma liderança ganhava um protagonismo maior — Pedro Ivo, Paulo Afonso, Luiz Henrique —, era possível mapear as áreas de influência e conflito interno de suas lideranças. ¿Sou de tal PMDB¿ era uma afirmação corriqueira. Hoje, os pessedistas é que andam precisam de um cartógrafo.
Continua depois da publicidade
Uma lenda
Sempre bom lembrar que unidade interna de um partido é algo tão concreto e duradouro quanto um picolé no sol. Em 2010, Ideli Salvatti e Claudio Vignatti eram os candidatos do PT ao governo e ao Senado. Repetiam: ¿a diferença este ano é que o PT chega unido na eleição¿. Terminaram a disputa eleitoral com ela mandando ele descer do helicóptero.
Ensimesmados
Dilma Rousseff (PT) afastada da presidência da República. O vice Michel Temer (PMDB) exercendo o cargo como se fosse uma versão tropical do argentino Maurício Macri a desfazer o legado da antecessora. O governo de Santa Catarina contando os trocados da arrecadação para fechar as contas e brigado contra a União para reduzir a dívida pública. O país esperando qual será a próxima fase da Operação Lava-Jato e quem vai cair nela. E a Assembleia Legislativa? Debate acirradamente quem vai ser o próximo presidente¿ da Assembleia Legislativa.
Tá bom
Ok, falemos do assunto. Os peemedebistas já receberam o recado de que está fechada a maioria pela divisão de mandato entre Sílvio Dreveck (PP) e outro nome — que seria do PSDB se os tucanos conseguirem se definir entre Leonel Pavan e Marcos Vieira. Claro que os deputados do PMDB não gostaram do recado e prometeram reclamar com Raimundo Colombo. O nome do partido é Aldo Schneider.
De volta à base
Ex-presidente da Assembleia, Joares Ponticelli (PP) deve ser candidato a prefeito de Tubarão. Está sendo pressionado pelo grupo político local e ficou de confirmar uma resposta em reunião que será realizada hoje.
Continua depois da publicidade