A política é terreno fértil para comparações entre diferentes períodos históricos, busca de padrões. É curioso que justamente na primeira eleição em que o ex-senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) está ausente da campanha pela prefeitura de Joinville, a cidade viva a eleição mais disputada desde aquela em que o líder peemedebista falecido em maio de 2015 conheceu sua única derrota nas urnas.

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Em 1992, o empresário Wittich Freitag (PFL) venceu LHS com uma diferença de 5,6 mil votos – 51,3% a 48,1%. Em sua última rodada de pesquisas nas eleições deste ano, o Ibope aponta o empresário e atual prefeito Udo Döhler (PMDB) com 51% contra 49% de Darci de Matos (PSD) em votos válidos. É como se um ciclo político tivesse dado uma volta completa.

De certa forma, Udo e Darci repetem aquela disputa de 24 anos atrás. Udo Döhler foi lançado na política por Luiz Henrique em uma aposta pessoal do então senador, já considerando o desgaste da classe política. Foi escorado no padrinho que o empresário conquistou sua vitória em 2012 e tornou-se prefeito. Em 1992, o jovem Darci de Matos um soldado da infantaria de Wittich Freitag. No PFL construiu sua carreira política de vereador e deputado estadual até o partido migrar quase por inteiro em Santa Catarina para o atual PSD.

A última pesquisa do Ibope não permite a ninguém cravar quem será o vencedor desta disputa, como era impossível definir o resultado de 1992. Em duas semanas, Udo e Darci oscilaram dentro da margem de erro de quatro pontos percentuais. O número de indecisos aumentou. A curva favorece o pessedista, mas timidamente. O último debate na RBS TV e o sábado serão decisivos para definir o futuro prefeito de Joinville. Já foram há quatro anos, quando a eleição era dada como perdida para Udo Döhler – 18 pontos atrás de Kennedy Nunes (PSD) na última pesquisa. Com o empate previsto pelo Ibope agora, cada detalhe ganha o peso de um pênalti em final de Copa do Mundo.

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