O governador Raimundo Colombo (PSD) confirmou na quarta-feira na Assembleia Legislativa algo que já vinha dizendo nos bastidores. Seu governo inicia o penúltimo ano do segundo mandato com a expectativa de colher o que foi plantado, mas sem apetite para novas plantações.

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Reeleito em primeiro turno em 2014, o pessedista iniciou uma série de discursos e palestras em que defendia mudanças estruturais no país e no Estado. Os temas principais eram a previdência e benefícios dos servidores públicos que seriam exagerados na comparação com o setor privado – nessa época, a licença-prêmio era um tema frequentemente abordado.

Com maioria na Assembleia, conseguiu aprovar uma reforma na previdência estadual que deu à aposentadoria dos servidores públicos contratados a partir de então regras parecidas à dos trabalhadores privados. Com o parlamento sitiado contra os protestos de servidores e sindicalistas, os deputados estaduais chancelaram a proposta – assim com o aumento das alíquotas. Na mensagem anual que levou aos deputados, Colombo destacou que os demais estados tentam agora implantar as mudanças feitas em SC e que todos buscam entender a mágica que o fez convencer os poderes e os militares a entrarem juntos no SC Prev – que começou a operar esta semana.

O apetite por reformas ficou por aí. O governador admitiu algo que seus aliados já vinham dizendo: os últimos dois anos de governo não são afeitos a grandes mudanças. De saída em abril do ano que vem para continuar sua carreira política, Colombo vai inaugurar as obras do Pacto por Santa Catarina, sonhar com o fim da reforma da Ponte Hercílio Luz e cuidar de seu legado. Não é hora de brigar com servidores. Dentro do ambiente controlado da política estadual, o plano está traçado. Só há um imponderável no ar: as delações da Odebrecht.

Indesejado

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Questionado sobre a situação do deputado estadual Nilson Gonçalves (sem partido), o presidente estadual tucano Marcos Vieira (PSDB) responde: “pergunte ao governador”. Gonçalves deixou o PSDB após as eleições de 2014, quando ficou com a segunda suplência. Voltou à Alesc com a ida de Leonel Pavan e Vicente Caropreso para o secretariado. O PSDB quer Marco Antônio Wanrowsky, terceiro suplente, na vaga.

Um por ano

É curiosa a situação da Secretaria de Assistência Social nos governos de Raimundo Colombo (PSD). Com a posse de Valmir Comin (PP), a pasta alcançou a impressionante marca de seis secretários, de cinco partidos diferentes, em seis anos. Pela ordem: Serafim Venzon (PSDB), João José Cândido da Silva (PSB), Jorge Teixeira (PSD), Angela Albino (PCdoB), Geraldo Althoff (PSB) e o atual secretário pepista.

Realocado

O peemedebista João Carlos Ecker foi substituído pelo correligionário Luiz Fernando Vampiro na Secretaria Estadual de Infraestrutura, mas não deixou o governo. O Diário Oficial do Estado de sexta-feira trazia sua nomeação para presidir o Imetro.