Liderado em Santa Catarina pelo deputado federal Jorginho Mello, o PR anunciou na tarde desta terça-feira que está deixando o governo estadual e a base do governador Raimundo Colombo (PSD) na Assembleia Legislativa. O partido comanda a Secretaria Estadual de Turismo, Cultura e Esporte com Filipe Mello, filho do deputado, e conta com dois parlamentares na Assembleia Legislativa, Maurício Eskudlark e Natalino Lazare.

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A justificativa do partido é o desejo de construir um projeto próprio para 2018, com participação na chapa majoritária. O PR foi um dos partidos que mais cresceu nos Estado nas últimas eleições municipais, elegendo 12 prefeitos.

Em entrevista ao DC, Jorginho Mello diz que a saída foi amigável, que o partido não fará oposição, criticou o “tiroteio” entre PSD e PMDB e afirmou e que é o nome do PR para o governo do Estado daqui dois anos – embora não feche a porta para conversas futuras.

O PR está deixando o governo estadual. O que motivou a decisão?

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Nós vamos fazer nosso projeto próprio agora. O PR vai ter candidato a governador, candidato na majoritária, então temos que ter nosso projeto próprio.

O senhor é o candidato a governador?

Eu sou o candidato. Esse é o motivo. Vamos trabalhar. O partido cresceu nas eleições, foi bem. Arrumadinho, bonitinho, 12 prefeitos, 37 vices, 200 vereadores. O partido está na ponta dos cascos. E o partido a nivel nacional quer fomentar candidaturas a governador e senador no Estados. Também não queremos ficar nesse tiroteio entre PSD e PMDB.

Esses rumores de que a Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte, hoje comandada pelo PR, seria oferecida ao PSDB, contribuíram?

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Não, não. Eu falei com o governador ontem quando fui fazer de forma amistosa (a conversa sobre a saída) e ele disse que não tinha nada disso, conversa nenhuma (com o PSDB). Tem o João Mattos (secretário de Administração, do PMDB) que quer sair também e ele vai mudar alguns secretários. E o Filipe (Mello, filho de Jorginho e secretário estadual) há tempos tava me pedindo. Dizia que tinha arrumado que precisava na secretaria, mas que ela não funcionava, era muito emperrada. E como vamos fazer um projeto político, entendemos que a hora era agora.

O PR estava satisfeito com a Secretaria ou estava faltando recursos?

Faltando recursos sempre, muito sofrido, né? Mas esse não foi o motivo principal, porque todas estão assim. O governo também está com dificuldade em todas as áreas. Resolvemos fazer um projeto político. Fomos o primeiro partido a apoiar o Raimundo (na reeleição, em 2010). Agora queremos fazer nosso projeto político, senão ficamos vendidos sempre. Resolvemos colocar o bloco na rua.

O PR vai fazer oposição com seus dois deputados estaduais?

Vai ser independente. Vamos continuar praticando a boa política. Votando a favor dos projetos que sejam bons para os catarinenses. Não vamos fazer bafafá. Queremos construir, não desconstruir. Entendemos que o PR deve seguir seu rumo.

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No final do ano passado o PR anunciou um bloco com PSD e PSB visando as eleições municipais? O bloco se desfaz? Ele funcionou?

Esse bloco funcionou um pouco na Assembleia. Aí saiu o Mario Marcondes para o PSDB, o Maurício Eskudlark (ex-PSD) veio para o nós. Não sei como eles estão mantendo esse bloco, mas ele não tem se materializado com continuidade.

Nessa briga interna de PSD e PMDB, sócios do governo Colombo, vocês preferem algum?

Não, nós vamos fazer o nosso projeto e lá na frente a gente conversa. O que não pode é ficar esse tiroteio. O PR já tem musculatura para prosseguir seu projeto e nós vamos fazer isso.

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