É interessante a disputa que está sendo travada pela prefeitura de Joinville. Um primeiro olhar aponta para o confronto entre o atual prefeito Udo Döhler e o deputado estadual Darci de Matos, este em sua segunda tentativa de chegar ao cargo. Uma pouco mais de atenção revela a disputa de PMDB e PSD pela prefeitura da maior cidade do Estado, consolidando-se a principal rivalidade desta eleição municipal catarinense. Até aí, nenhuma novidade.

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Mas uma análise detalhada dos discursos dos candidatos, especialmente neste segundo turno apresenta algo novo. Cada vez mais trata-se de uma eleição entre a prefeitura e o governo do Estado. O peemedebista Udo Döhler defende o legado dos primeiros quatro anos e culpa o Centro Administrativo, em Florianópolis, pelo que não funciona na cidade. O pessedista Darci de Matos, por sua vez, aponta os defeitos da atual gestão e credita ao governo estadual as principais obras e ações realizadas em Joinville.

Há quatro anos, Udo também enfrentava um candidato do PSD no segundo turno, o deputado estadual Kennedy Nunes. Naquele ano, o cenário tinha duas variáveis. A presença de Luiz Henrique da Silveira (PMDB) inibia a participação do governador Raimundo Colombo (PSD) no processo eleitoral local. Além disso, o próprio governador não escondia a simpatia pela candidatura do empresário peemedebista. Kennedy foi candidato de si mesmo e seu grupo político.

Desta vez, Colombo e o PSD entraram firme no jogo. O governador pediu votos na televisão, o PSD estadual mandou reforços técnicos para o segundo turno, via Gelson Merisio. A reação do PMDB foi a de aceitar a briga. Até mesmo alguns atrasos e dificuldades extras para receber recursos estaduais nos últimos meses passaram a ser entendidos como primeiros movimentos daquele jogo. Na primeira eleição joinvilense sem Luiz Henrique desde os anos 1970, o PSD busca a maior vitória simbólica de 2016. As feridas desses processo devem ter impacto estadual.

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