Fosse há três semanas, haveria certo desconforto na comitiva catarinense que vai à Coreia do Sul negociar a abertura do mercado do país asiático para a carne suína do Estado. O governador Raimundo Colombo (PSD) e o presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merisio (PSD), não conseguiam esconder os atritos causados pelos diferentes projetos que pilotam dentro do PSD.
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Em resumo, Merisio quer se viabilizar como candidato a governador e só enxerga essa possibilidade com o fim da aliança com o PMDB. Por sua vez, Colombo não quer se incomodar com o partido que tem garantido a maioria quase absoluta no parlamento – o que gera uma paz política interna que é quase um oásis no cenário nacional.
Sem abrir mão de projetos e convicções, ambos chegarão à Coreia do Sul com os ponteiros razoavelmente acertados. A troca de farpas e recados havia chegado um ponto que desgastava ambos. O lageano e o xanxerense voltaram a conversar francamente sobre seus projetos e decidiram pelo armistício.
Um dos pontos principais da discórdia era Florianópolis. Quando o prefeito Cesar Souza Junior (PSD) começou a sinalizar a desistência da reeleição, Merisio se aproximou de Esperidião e Angela Amin (PP). Colombo rejeita a opção – tem dificuldades históricas com o ex-governador e sabe que o endosso à candidatura de Angela na Capital é quase uma declaração de ruptura aos peemedebistas. Tentou, sem sucesso, manter Cesar Junior no páreo e agora apoia Rodolfo Pinto da Luz (PSD) – ex-secretário municipal de Educação e ex-reitor da UFSC. Mesmo que ele concorra, Merisio manterá o suporte à pepista e isso está dentro do acordo de paz selado com Colombo.
Na noite de terça-feira, Rodolfo aceitou a missão e vai trabalhar para consolidar a candidatura. Terá que provar viabilidade e vai sofrer com as desconfianças de que será “cristianizado”. O termo, sempre bom relembrar, faz referência à candidatura presidencial de Cristiano Machado em 1950, lançado e largado durante a campanha eleitoral pelo próprio partido, que aderiu ao vitorioso Getúlio Vargas. O nome do partido de Machado era PSD.
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Humor involuntário
Vem aí o Pedalesc. Não se trata de uma nova estatal especializada em pedaladas fiscais, mas apenas um programa de incentivo ao uso de bicicleta entre os servidores da Assembleia Legislativa, criado por projeto de resolução apresentado pelo deputado estadual João Amin (PP). A instituição vai contar com um bicicletário de pelo menos 20 vagas e dois vestiários com três chuveiros cada.
Estudando a lei
Em um encontro de peemedebistas em Timbó, semana passada, o deputado federal Mauro Mariani e o estadual Aldo Schneider fizeram um alerta aos pré-candidatos. Acreditam que 25% dos eleitos ficarão sob risco de cassação por erros na pré-campanha e na campanha por causa das novas regras eleitorais. O partido está promovendo esses encontros pelo Estado para tirar dúvidas.