Ainda em seus tímidos primeiros passos, a corrida pelas 295 prefeituras catarinenses já permite uma avaliação sobre a musculatura e a vitalidade dos principais partidos políticos do Estado. O instrumento dessa análise é o comparativo do número de candidaturas a prefeito em relação a 2012.

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O PMDB aparece estável na liderança com 212 candidaturas, duas a mais do que na eleição passada. Mas o que chama atenção é a consolidação do PSD como segundo maior partido do Estado. A legenda já aparecia apenas atrás dos peemedebistas em número de prefeituráveis em 2012 e conseguiu desgarrar-se dos demais nessa condição, passando de 126 para 140 candidatos. Assim, toma uma posição que costumava pertencer ao PP – que também ampliou seu exército de 95 para 104 nomes.

Herdeiros políticos do antigo PFL, os pessedistas souberam aproveitar o período à frente do governo estadual com Raimundo Colombo e os mandatos de Gelson Merisio na presidência da Assembleia Legislativa para consolidar esse avanço. O PFL não conseguira furar a polarização de peemedebistas e pepistas nem mesmo quando governou o Estado com Vilson Kleinübing, de 1991 a 1994. A travessia em direção ao ideologicamente maleável PSD, em 2011, deve ter ajudado nesse avanço – sucessor oficial do PFL, o Democratas é um partido nanico no Estado.

Outro que aposta nestas eleições municipais para mudar de patamar é o PSDB. Os catarinenses deram preferência aos candidatos tucanos à presidência da República nas últimas três eleições, mas esse fator ainda não teve efeito local, transformando a legenda em opção real de poder estadual. Buscando navegar o sentimento antipetista consolidado no Estado, os tucanos saltaram de 94 para 104 candidaturas. O mesmo sentimento teve reflexo no PT, o único entre os cinco maiores partidos que reduziu o número de prefeituráveis – de 93 nomes em 2012 para 71 este ano.

Mas há outra curiosidade nessa verdadeira radiografia partidária. O número de candidatos dos cinco maiores partidos, somados, é maior do que há quatro anos. São 631 prefeituráveis agora, contra 598 em 2012. Ou seja, menos composições, mais disputas entre si. É natural. Com a eleição de 2018 para o governo do Estado considerada aberta e sem favoritos, quem sair melhor das urnas de outubro tem alguma vantagem.

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Os emergentes

Fora do âmbito dos maiores partidos, o número de candidatos a prefeito nas eleições deste ano também apresenta novidades. PR e PSB consolidam-se como siglas emergentes no cenário político do Estado. Historicamente, ambos têm em comum projetos erráticos que não costumavam chegar à eleição seguinte.

Agora, o trabalho do deputado federal Jorginho Mello (PR) e do ex-deputado federal Paulo Bornhausen (PSB) mostra consistência. Há dois anos, os partidos conquistaram duas vagas cada na Assembleia Legislativa. Agora, dão um salto no número de prefeituráveis. O PR tinha 10 candidatos em 2012 e agora são 67. Os pessebistas pularam de cinco para 40, incluindo cidades de peso como Criciúma e Chapecó.