Em uma campanha marcada pelas dificuldades de arrecadação, o segundo turno traz um peso financeiro extra para os candidatos que tiveram a graça de alcançá-lo. Sem as costumeiras doações empresariais — extintas pelo Supremo Tribunal Federal e desmoralizadas pela Operação Lava-Jato — os nomes que disputam as prefeituras de Joinville, Florianópolis e Blumenau têm se valido de recursos próprios e doações dos partidos para colocar em pé suas pretensões eleitorais.
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Dos partidos presentes no segundo turno catarinenses, PSDB e PP foram mais generosos com suas candidaturas. Na última sexta-feira, a direção nacional do PP repassou R$ 950 mil para a campanha de Angela Amin (PP) em Florianópolis. O valor representa mais de quatro vezes tudo que a pepista tinha arrecadado até então. Em Blumenau, o PSDB nacional é o maior doador da campanha à reeleição do tucano Napoleão Bernardes, com R$ 141 mil. Somando os repasses da direção municipal da sigla, quase metade de sua campanha até agora vem do próprio partido.
As costuras que beneficiaram Angela Amin e Napoleão são nacionais. Outros partidos, como o PSD – que tem Darci de Matos no segundo turno em Joinville e Jean Kuhlmann em Blumenau — ainda tem esperança de receber alguma doação expressiva da cúpula. Até agora, o PSD nacional mandou apenas R$ 500 mil para serem rateados por todo o Estado no primeiro turno.
Neste cenário, a autodoação ganha peso. Jean Kuhlmann doou R$ 207 mil dos R$ 228 mil que arrecadou até agora — a menor arrecadação dos candidatos no segundo turno. Prefeito de Joinville e empresário, Udo Döhler (PMDB) é o campeão no quesito. Havia aportado R$ 300 mil no primeiro turno e desembolsou outros R$ 300 mil neste sábado.
Em Florianópolis, Gean Loureiro (PMDB) doou R$ 36 mil dos R$ 757 mil arrecadados até agora. Uma lista pulverizada de doadores liderada por José Savi de Freitas, com 150 mil. Ele também aportou R$ 100 mil na campanha de Angela Amin. Não estranhem, Savi de Freitas é presidente do conselho da Intelbrás, empresa com tradição de participar das eleições. Em 2014, quando as doações empresariais ainda eram permitidas, a Intelbrás havia injetado R$ 800 mil em dez candidatos aos cargos de deputado estadual, federal e senador. Em 2008, também doou para dois adversários em Florianópolis: Dário Berger (PMDB) e Esperidião Amin (PP).
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