A curta semana pós-Carnaval da política catarinense foi marcada por duas viagens: a do governador Raimundo Colombo (PSD) e um grupo que inclui o deputado estadual Gelson Merisio (PSD) para desbravar os mercados asiáticos, e a do governador em exercício Eduardo Pinho Moreira (PMDB) para Joinville, onde assinou autorização para repasses de recursos para a prefeitura de Udo Döhler (PMDB).
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Os movimentos ainda trazem a marca da declaração de Colombo há pouco mais de uma semana em defesa da candidatura própria do PSD – leia-se de Merisio – sem “amarras” ou “dívidas” com o atual sócio governista PMDB. Um Carnaval e uma viagem oficial foram suficientes para diminuir a fervura desse caldo, especialmente as reações dos peemedebistas descontentes com a frase do pessedista no evento partidário realizado junto com o PSB de Paulo Bornhausen.
Assim, não é por acaso que em seus dias de interinidade Eduardo Pinho Moreira vá em direção a Udo Döhler. Ambos são pré-candidatos do PMDB ao governo do Estado e estão próximos na geografia interna do partido. O deputado federal Mauro Mariani, outro pré-candidato e também com base política no Norte do Estado, não estava presente – lançou mão, mais uma vez, da desculpa de ter outro evento previamente agendado.
A aproximação de Pinho Moreira com o prefeito joinvilense vem da campanha pela reeleição e isola Mariani, presidente estadual do partido. Interessa ao vice-governador porque fustiga o adversário interno e marca presença em sua região. Interessa a Udo Döhler porque é o pedágio que o coloca no jogo sucessório.
Em Joinville, Pinho Moreira voltou a dizer que o correligionário “se credencia a cada dia” a concorrer a governador e que se impressiona com a receptividade do nome do joinvilense no interior do Estado. Mediu as palavras e contemporizou ao falar de 2018, inclusive quando analisa a fala de Colombo sobre a candidatura do PSD ao governo. Avaliou que em um evento partidário como aquele ele não poderia dizer algo diferente, mas que ainda espera que ambas as legendas possam estar juntas. Foi além, narrando uma nova versão para a frase de Colombo.
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– Eu perguntei ao Raimundo por que ele tinha deflagrado o processo eleitoral e ele disse “eu não deflagrei, era uma frase dita em um evento fechado, não era para ser tornada pública – disse o peemedebista a uma rádio local.
Por tudo o que conhecemos do governador catarinense, a versão de Moreira não deve ser desmentida. Nem aqui, nem na China.