É capaz de você, leitor, precisar olhar o topo da página para ter certeza de que estamos mesmo em fevereiro de 2017. Por mais que ainda faltem mais de um ano e oito meses para os eleitores catarinenses voltarem às urnas, a sucessão do governador Raimundo Colombo (PSD) virou o principal assunto político do Estado na semana que passou, graças à fala do pessedista de que não teria dívida com o PMDB pelo apoio recebido em 2010 e 2014.

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Frase de Colombo expõe clima de divórcio na aliança entre PSD e PMDB

Upiara Boschi: Em clima de comício do PFL, Colombo abraça projeto Merisio

Por mais que, no mundo político do início de uma caminhada eleitoral aconteça na hora em que é finalizada a contagem de votos da eleição que passou, existe uma óbvia antecipação do debate sucessório. Não é por acaso. O clima nacional pós-impeachment e o aguardado desenrolar da Operação Lava-Jato ajudam, mas existem questões locais que favorecem essa antecipação. A primeira é a constatação das lideranças políticas catarinenses de que 2018 marca um novo ciclo – mais de nomes do que de grupos políticos. Dos nomes especulados para concorrer ao governo, apenas o senador Paulo Bauer (PSDB) e o deputado federal Esperidião Amin (PP) já disputaram o cargo.

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Assim, personagens como o deputado estadual Gelson Merisio (PSD) e o deputado federal Mauro Mariani (PMDB) precisam desde já mostrarem-se no cenário, tornarem-se conhecidos, estadualizarem-se. A vantagem de Merisio é o controle quase pleno do PSD estadual e a recente adesão de Colombo ao projeto, sinalizada na frase dita no evento que reunia pessedistas e o PSB. Mariani enfrenta disputa interna, especialmente do vice-governador Eduardo Pinho Moreira – que não precisa antecipar o debate porque terá a caneta de governador a partir de abril de 2018, quando Colombo renuncia para concorrer a senador.

O que se vive neste momento, em pleno Carnaval, é uma largada. O importante agora para Merisio é consolidar o trabalho de antagonizar PSD e PMDB. A próxima etapa é a construção do papel do PSDB no tabuleiro catarinense, considerando que PP de Esperidião Amin e o PSB de Paulo Bornhausen estão atrelados ao projeto pessedista. A corrida eleitoral deve voltar aos bastidores nos próximos meses, ressurgir ao final do ano e ganhar os holofotes em 2018. Para a classe política, o calendário eleitoral é permanente.