Em sua segunda disputa pela prefeito de Florianópolis, Elson Pereira (PSOL) ficou em terceiro lugar com 20% votos – a pouco menos de 10 mil de uma vaga no segundo turno. Ele comemora o aumento da bancada de um para três vereadores e a consolidação do partido na cidade. Hoje o partido deve oficializar que não apoia ninguém no segundo turno.

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Leia entrevista concedida ao DC.

O senhor deixou de ser a surpresa de 2012 e melhorou aquele resultado, mas ainda não conseguiu um lugar no segundo turno. Como avalia a eleição?

Tem que separar dois resultados. O partidário foi muito bom, com a eleição de três vereadores. É a segunda maior bancada da Câmara e é a maior bancada proporcional do PSOL no país. Isso coloca o PSOL em outro patamar na cidade. Teremos verdadeiramente uma bancada e os três eleitos serão muito afinados. Eu, como presidente municipal, teria um papel muito importante de ajudar a bancada a atuar de forma coesa em termos de princípios partidários. Do ponto de vista da majoritária, considero uma vitória parcial. Avançamos, mas menos do que queríamos. Achávamos mesmo que iríamos ao segundo turno. Na eleição passada a somatória dos votos do PCdoB e dos nosso chegou a 40% (25% para Angela Albino, 16% para Elson). Agora foram 25% (5% para Angela Albino).

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O campo de esquerda reduziu.

Reduziu e nós temos que refletir o por quê. Acho que a conjuntura nacional teve uma influência muito grande aqui. Não é uma conjuntura do PSOL, mas da política nacional, da esquerda.

E como o PSOL deve se posicionar diante disso? Procurar se desvincular mais do PT?

Essa vinculação é mais da base do senso comum do que da vida real. O partido que mais votou contra o PT durante a época em que ele estava no governo foi o PSOL. O PSOL votou a favor do governo em 45% dos projetos. O PP votou 80% a favor.

O senhor falou que vai atuar junto à bancada do PSOL, como presidente municipal. Vai estar mais presente no cotidiano político de Florianópolis?

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A gente sempre esteve. Teve um hiato nos períodos em que estive fora do país. Tento conciliar a vida acadêmica, porque não tenho a vinculação com cargos que a maior parte dos políticos têm. Tenho mais um ano na presidência do partido municipal. Hoje, Florianópolis entrou no mapa do PSOL nacional por causa dos 20% na eleição municipal. Obviamente estarei presente na política do dia a dia. Eu sempre estive presente no mandato do vereador Afrânio Boppré.

O sonho de ser prefeito continua vivo?

Não tenho o sonho. Represento uma ideia, as aspirações de muita gente. Isso não precisa ser personalizado em mim. Quatro anos é muito tempo, podemos construir outras lideranças. Não me coloco como alguém que sonha em ser prefeito, mas alguém que luta por outro modelo, seja comigo ou não.

E em 2018, será candidato?

Teremos que fazer uma avaliação sobre a estadualização do PSOL. Estamos muito na Grande Florianópolis, um pouco em Joinville. Precisamos pensar na estadualização do PSOL para que haja possibilidade real de elegermos um deputado estadual. Se eu achar que existe essa possibilidade, vou encarar o desafio. Mas fazendo uma análise objetiva e política do momento. Ainda precisamos avaliar esta eleição que passou.

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O senhor vai anular o voto no segundo turno em Florianópolis?

A declaração de voto é pessoal, mas faremos uma avaliação amanhã. Temos uma plenário do PSOL, onde será feito um posicionamento do partido. Rede e PV já decidiram não apoiar ninguém. Evidentemente que o PSOL não vai apoiar, mas não oficializou ainda.

Tanto faz Angela Amin ou Gean Loureiro?

Eu diria que nenhum dos dois nos satisfaz.