O horário eleitoral de Angela Amin (PP) traz nesta segunda-feira aquela que talvez seja a última cartada para modificar o cenário de amplo favoritismo do adversário Gean Loureiro (PMDB) na corrida pela prefeitura de Florianópolis. A pepista vai anunciar que se for eleita prefeita vai abrir mão do salário mensal de R$ 24,6 mil e reverter os valores para bolsas de estudo.

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A promessa de Angela é criar um prêmio anual em que possam concorrer alunos do último ano do ensino fundamental da rede municipal com média igual ou superior a sete. Com os R$ 319 mil anuais do salário de prefeito poderiam ser concedidas nove bolsas de estudo para cursos complementares ao ensino médio nas áreas de turismo, gastronomia ou tecnologia — escolhidas por serem vocação das cidade.

Boa ação ou demagogia, a avaliação fica a critério do eleitor. Certo é que o movimento de candidatos prometendo abrir mão do próprio salário não é inédito. A inspiração vem do milionário americano Michael Bloomberg, que reduziu seu salário a US$ 1 anual quando prefeito de Nova York. Aqui em Santa Catarina, o exemplo foi seguido pelo empresário Udo Döhler em sua primeira eleição para prefeito de Joinville, em 2012. Na época, o anúncio foi considerado um dos fatores da virada do peemedebista sobre Kennedy Nunes (PSD) no segundo turno.

No primeiro turno das eleições deste ano, Antonio Ceron (PSD) fez a promessa de doar o salário de prefeito e foi eleito em Lages. O pessedista lageano prometeu depositar os valores em um fundo para auxiliar orfanatos, asilos e entidades sociais. Em São Paulo, o prefeito eleito João Dória (PSDB) fez o mesmo.

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As próximas semanas devem apontar se a promessa de Angela Amin terá apelo semelhante junto ao eleitor de Florianópolis. Nos bastidores, as informações é de que a primeira semana de horário eleitoral gratuito marcada por trocas de acusações entre a candidatura da pepista e a de Gean Loureiro não tiveram efeito sobre os índices de intenção de voto.