Direto de Brasília, o repórter de política Upiara Boschi envia as últimas informações sobre a política brasileira sob o ponto de vista dos catarinenses.

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Ficou difícil

A possibilidade de Esperidião Amin (PP) chegar à presidência da Câmara dos Deputados esbarra na resistência de Waldir Maranhão (PP-MA) em renunciar à 1ª vice-presidência, posto que o alçou ao comando da Casa pelo afastamento judicial de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na terça-feira, a bancada do PP havia sugerido a renúncia a Maranhão como alternativa à expulsão do partido por causa do voto contra o impeachment e pela atrapalhada tentativa de anular o processo. Nesse contexto, como a vaga é do PP, uma eleição dentro da bancada definiria o substituto e Amin seria candidato.

Sem fôlego

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Esse impasse deve ganhar força na próxima semana. Se mantiverem a indignação demonstrada na semana passada pelo gesto de Maranhão em relação ao impeachment, a maioria dos deputados federais deve questionar a presença do pepista nos comando dos trabalhos. PSDB, DEM e PPS defendem nova eleição. Nesse caso, Amin ou qualquer outro deputado federal catarinense tem chance zero de emplacar.

Quase lá em 2014

Antes de reassumir o segundo mandato, Dilma Rousseff enfrentava pressão de Lula para colocar Henrique Meirelles (PSD) no Ministério da Fazenda. O encaminhamento era tão forte que Meirelles até chegou a mapear nomes para sua equipe. Um deles: o catarinense Antonio Gavazzoni (PSD), secretário estadual da Fazenda.

Sem conversa com 2016

Feito ministro pelas mãos do presidente em exercício Michel Temer (PMDB), desta vez Henrique Meirelles não acionou o catarinense. O momento é outro. Fica a curiosidade sobre o que teria acontecido se Dilma tivesse aceitado a insistente indicação de Lula – e dado espaço para Meirelles tocar o barco econômico, ao contrário do que fez com Joaquim Levy.

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Efeito

Dificilmente existiria a Tese de Santa Catarina que questiona no Supremo Tribunal Federal os juros no recálculo da dívida dos Estados. Elaborada por técnicos da Fazenda estadual e da Procuradoria-Geral do Estado, a peça só foi levada à Justiça após muita insistência de Gavazzoni.

Muitas traições

O ocaso político de Dilma Rousseff é marcado por diversas traições. Parlamentares que prometeram votar contra o impeachment, receberam cargos em troca e votaram a favor. Ministros que se bandearam para continuarem ministros. Um vice-presidente cabulando votos pela queda do titular em praça pública. Mas Dilma também foi traída pela própria língua.

No espelho

– Sem apoio no Congresso Nacional não é possível assegurar um governo estável, um governo sem crises institucionais.

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A frase é da própria Dilma Rousseff, durante a campanha eleitora de 2014, dirigida à adversária Marina Silva. No horário eleitoral, a frase de Dilma, o locutor completava ¿como você acha que ela vai conseguir apoio sem fazer acordos? E será que ela quer? Será que ela tem jeito para negociar?¿.

Autoprofecia

A propaganda terminava com o locutor dizendo ¿a gente sabe como isso acabou¿ enquanto era reproduzida a capa da Folha de S. Paulo sobre a queda de Fernando Collor em 1992, com a palavra ¿impeachment¿ em destaque.

Fica a dica

Diante das reações nas redes sociais, talvez fosse o caso de Michel Temer recriar o Ministério da Cultura e nomear uma mulher para ocupá-lo.

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