Em mais um episódio de estadualização das campanhas neste segundo turno, PP e PSD reuniram na tarde e noite desta segunda-feira cerca de 300 pessoas no hotel Castelmar, em Florianópolis. Estavam lá prefeitos, vices e vereadores eleitos por ambas as siglas e lideranças estaduais para mais um ato em favor da candidatura de Angela Amin (PP). A turma era capitaneada, mais uma vez, por Gelson Merisio (PSD), presidente da Assembleia Legislativa e articulador do projeto que quer cruzar o sangue das siglas de olho na eleição de 2018.

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Não foi desta vez que o governador Raimundo Colombo (PSD) apareceu em ato da candidatura pepista. Embora endosse o projeto, que conta com o candidato a vice Rodolfo Pinto da Luz (PSD), o governador vai evitar desgaste desnecessário. A última pesquisa Ibope apontou redução na vantagem de Gean Loureiro (PMDB) sobre Angela, mas ainda são consistentes 19 pontos a favor do peemedebista. Colombo só entra na campanha se for decisivo para uma virada, ainda improvável.

Em outros termos, será preciso valer a pena para o projeto do partido e não apenas para o projeto de Merisio — aquele em que qualquer antagonismo entre PSD e PMDB importa, mesmo em caso de derrota. O vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB) já deu o recado de que as feridas em Joinville, onde Colombo entrou com tudo na campanha de Darci de Matos (PSD) contra Udo Döhler (PMDB) são curáveis, mas que um apoio público aos arquirrivais históricos Amin seria um ¿episódio novo a ser avaliado¿. Segunda-feira que vem, dia 31, ainda haverá um governo para tocar.

No encontro PSD/PP da noite de ontem, Angela reuniu em torno de si nomes que não votam em Florianópolis, mas que dão peso político à disputa – incluindo prefeitos eleitos ou reeleitos em outubro como Adeliana Dal Pont (São José), Antonio Ceron (Lages), Camilo Martins (Palhoça) e Joares Ponticelli (Tubarão), este último muito festejado por ter contrariado o que apontavam as pesquisas ao vencer Carlos Stüpp (PSDB).

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Enquanto isso, Gean mantem a postura de não estadualizar a campanha. Foca na cidade e na própria trajetória. Os caciques estão longe da tela — especialmente o senador ex-prefeito Dário Berger (PMDB). O peemedebista parece não querer tutela caso seja eleito.