A forma como uma eleição se entranha na seguinte é um dos principais dramas que o Partido dos Trabalhadores passou a viver após o resultado desastroso nas urnas este ano, especialmente em Santa Catarina. Na lógica da política, os prefeitos e vereadores eleitos agora serão os cabos eleitorais que vão garantir a conquista de vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados em 2018.

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Atingido pela crise econômica e política, pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) e pela situação de Luiz Inácio Lula da Silva, três vezes réu na Operação Lava-Jato, o PT encolheu nacionalmente. Elegeu menos prefeitos do que o PDT, virtual parceiro de campo político, algo impensável há dois anos. Santa Catarina já vinha impondo seguidas derrotas ao partido nas eleições presidenciais e manteve a lógica este ano.

O partido regrediu ao tamanho que tinha no ano de 2000 no Estado em número de prefeitos e vereadores.

Mas como a história não pode ser contada apenas com números, é importante lembrar que o PT saiu eufórico daquela última disputa estadual antes de conquistar o Planalto. Elegeu 18 prefeitos, mas a lista contava com as reeleições de Décio Lima em Blumenau e José Fristsh em Chapecó. Além disso, conquistava Criciúma com Décio Goes, Concórdia com Neodi Saretta e Rio do Sul com Jailson Lima. O ano de 2000 consolidou o PT nas cidades médias de Santa Catarina e pavimentou a surpreendente votação que Lula teria no Estado dois anos depois, ajudando a eleger as maiores bancadas estadual e federal e a senadora Ideli Salvatti.

Agora, o viés é de baixa. Das 20 cidades em que elegeu prefeito, a maior é Imbituba – a 30ª do Estado. As lideranças estaduais do partido ainda não têm diagnósticos precisos sobre o que fazer para impedir que 2014 anteceda uma Onda Lula às avessas – uma ressaca que faça o partido praticamente desaparecer em nível estadual.

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Camarada Udo

A eleição joinvilense ganhou logo no início do segundo turno um episódio que tem tudo para entrar para o folclore político da cidade. No horário eleitoral de Darci de Matos (PSD), uma eleitora critica a gestão do prefeito Udo Döhler (PMDB) por estar “um verdadeiro comunismo”. Sim, Udo Döhler, empresário, ex-presidente da associação empresarial da cidade e dono de um patrimônio declarado de R$ 11,3 milhões.

Ficou uma conta

Ex-prefeito de São José, Fernando Elias vai ter que devolver R$ 212 mil aos cofres de Santa Catarina. Ele foi condenado pelo Tribunal de Contas do Estado por ter recebido o salário de servidor da Secretaria Estadual da Fazenda ao mesmo tempo em que ocupava o cargo de secretário de Educação em São José, ainda no tempo em que Dário Berger era prefeito. Elias sucedeu o atual senador na prefeitura, brigou com o antigo aliado, não se reelegeu e apagou-se na política.

Festa

Luciano Buligon (PSB), prefeito reeleito de Chapecó, vai pegar uma carona com a Chapecoense para assistir na Colômbia a primeira partida da equipe oestina contra o Atlético Júnior de Barranquilla, pelas quartas-de-final da Copa Sul Americana.