A noite deste domingo (21), em São José, na Grande Florianópolis, serve para mostrar a difícil realidade da Covid-19 na região. Em quatro horas, a Unidade de Pronto Atendimento de Forquilhinhas gastou o oxigênio disponível para 12 dias. A UPA, que a princípio é pronto atendimento, tem um paciente de 33 anos intubado e mais oito utilizando oxigênio. Neste momento não há mais leitos disponíveis.

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A situação chegou a tal ponto que, para manter os estoques, foi necessário acionar a empresa responsável para reabastecer os cilindros. A UPA está preparada, como é sua competência, para um atendimento inicial visto que a estrutura pré-hospitalar tem recursos limitados e visa a estabilização do paciente para depois transferi-lo a rede hospitalar. Mas a realidade se agravou e agora passa a atuar quase como um hospital. Antes da crise atual, a UPA chegou a emprestar respiradores para o Hospital Regional de São José.

De acordo com os funcionários da saúde do município, a busca pelo atendimento aponta para o perfil de quem está sendo contaminado: pessoas mais jovens, frequentadores de bares e que organizam e participam de churrascos e jantares em famílias.

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O tipo de transmissão já tinha sido observado pelos trabalhadores da saúde, conforme relatou a médica Maria Simone Braga, diretora técnica. Mais do que restaurantes, que são obrigadas a cumprir medidas de higiene e de afastamento das mesas, por exemplo, bares aglomeram maior número de pessoas em balcões e mesas. Já nos encontros em casa, a tendência é relaxar das normas – uso de máscaras, distância de dois metros e uso de álcool gel – por considerar que todos se conhecem e se cuidam. Para o final da manhã destá segunda prevista uma reunião entre a área da Saúde e outros setores da prefeitura para avaliar a possibilidade de medidas mais restritivas no município.

A secretária municipal de Saúde de São José, Sinara Regina Simioni, faz um alerta para a população:
– Estamos vivendo um momento muito difícil, de caos. Nossas portas estão pressionadas não apenas pela Covid-19, mas também por outras situações, como traumatologia e demais doenças. Não é momento para aglomeração, pois não vamos dar conta de atender quem realmente precisa.

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