Sai ano, entra ano, e lá estão eles no catálogo e na vitrina das concessionárias. Alguns modelos de carro, em especial o Gol, da Volkswagen, e o Uno Mille, da Fiat, estão longe de sair de linha – a não ser por decreto, como o estabelecido para 2014, que obriga todos os automóveis a terem airbag e freios ABS, o que, até então, inviabilizaria a produção de modelos como a Kombi e o próprio Mille.

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O gerente de Marketing do Produto da Volkswagen, Henrique Sampaio, acredita que o Gol, lançado no país em 1980, é o maior representante dos carros que permanecem entre as opções da marca. Há 25 anos, o automóvel é o mais vendido do país, e fechou 2012 com 290 mil unidades comercializadas.

O segredo da longevidade? Para Sampaio, as seis gerações do Gol, que resultaram em modernizações do veículo, são as responsáveis pelo seu sucesso.

– Ele é um carro que sempre foi atualizado ao longo do anos para atender o melhor possível o consumidor brasileiro, além de ser um projeto 100% do país. O Gol nasceu para ser um carro do Brasil – afirma.

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Modernização dos modelos populares ajudou a manter a competitividade

Quatro anos depois do Gol ser lançado, surgiu o Fiat Uno, um carro que até hoje é um dos maiores concorrentes de vendas do queridinho da Volkswagen. Quem o vende, não deixa de mencionar a carroceria forte, que “aguenta o que precisar”, como relembra Donaldson Espírito Santo, gerente de vendas da concessionária Repecon, em Florianópolis.

O supervisor de marketing da Fiat, Rodrigo Pereira, destaca ainda dois acontecimentos memoráveis para o automóvel se manter firme no país. O primeiro foi quando o Uno se transformou em Mille, em 1990, tornando-se um dos carros mais conhecidos da indústria nacional – e que, em 2012, atingiu 250 mil unidades vendidas.

O segundo marco foi recente, com o lançamento do Novo Uno, em 2010, um projeto que Pereira define como mantenedor da “alma do maior sucesso de vendas da Fiat no Brasil”.

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Dilson Rogério Bunn, aposentado de 67 anos, perdeu as contas de quantos Gols já teve, ainda que se lembre dos nomes de cada vendedor que os comercializou. De cabeça, lista dez modelos que passaram pela sua garagem, em São José – o último deles um Gol prata, comprado pouco antes do Ano Novo.

– O Gol é imbatível, não tem para ele. Existem 631 revendas da marca no país e nem precisa de manutenção, porque não dá problema. O preço é um pouco mais caro do que os outros [populares], mas compensa.

O primeiro modelo que Bunn comprou foi em 1982, ainda que no ano anterior tivesse ajudado a irmã a adquirir um Gol. Antes disso, ele havia comprado um Fusca, o “primeiro carro de todo mundo”, e ao longo da vida também teve dois Passats. Mas nenhum deles chegou aos pés do Gol, que também é o carro do filho, com quem divide a garagem de casa.

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– Daqui a dois anos, o meu Gol prata vai ficar para ele, daí eu pego o seu carro e troco por outro Gol – planeja.