Foi inaugurada na manhã dessa sexta-feira, no presídio Regional de Lages, a sala de aula do projeto Uniplac Construindo Cidadania. Projeto este que foi inspirado em uma iniciativa que vem dando certo desde 2007 em Anita Garibaldi, e que, em 2011, foi aprovado como projeto permanente da Universidade, vindo agora também para Lages. As aulas, que serão no período matutino e vespertino, beneficiaram 40 detentos, sendo 20 homens e 20 mulheres.
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O projeto terá a orientação do professor coordenador da área, na formação do acadêmico-bolsista em serviço, tem por objetivo a aproximação da comunidade com a universidade por meio de múltiplas ações, como proporcionar ao apenado o direito constitucional à Educação Formal; humanizar a execução da pena, contribuindo para sua reinserção social, além do apoio pedagógico, psicológico e de assistência social.
A Coordenadora do Curso de Pedagogia da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) e também uma das coordenadoras do projeto, Mariléia Wolf Tubs, acredita na eficácia dessa iniciativa como uma oportunidade essencial para a educação formal dos detentos.
– A educação precisa sair das escolas e universidades e ir até quem mais precisa delas. Essa é uma oportunidade única para os detentos aprenderem e saírem da prisão já alfabetizados e transferidos para a continuação dos estudos, o que vai inseri-los na sociedade com muito mais dignidade -, afirma a coordenadora.
A professora Edugene Wereich é quem ficará responsável pela alfabetização dos alunos. Segundo ela, essa iniciativa vai ajudar os presos a se tornarem mais confiantes em si mesmo e, dessa forma, acreditar em um futuro melhor e diferente fora da prisão.
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Laélio da Silva Borges, de 30 anos, que cumpre pena de 10 meses por assalto, já está quase saindo da prisão, mas disse que vai continuar estudando quando sair.
– Esse projeto é uma benção de Deus na vida da gente. Eu mesmo que não estudei por causa da droga e das loucuras da vida, estou tendo essa oportunidade aqui e não vou parar. Saio em 15 dias daqui e vou continuar os meus estudos, para no futuro ser um engenheiro -, disse Borges.
O diretor do presídio Edson Alves Pereira comemora a reativação da sala de aula no presídio, que estava desativada desde 2000 por causa da superlotação. Para ele, essa iniciativa é um grande passo para a reinserção dos detentos na sociedade, além de renovar os valores, que às vezes são perdidos por eles.