Com a chegada da primavera, os jardins da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) revelam sua graça. O que talvez muita gente não saiba é que além de bonitos eles são sustentáveis. Desde 2006, foi extinta a capina e a fertilização química. A utilização de produtos tóxicos deu lugar à biodiversidade, com introdução de adubação orgânica, espécies nativas e a presença de mais pássaros e pequenos animais.
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Por semana, 500 quilos de resíduos, como cascas de frutas e vegetais, são coletados dos restaurantes e lanchonetes do campus Itajaí e transformados em adubo verde. O material é picado, junto a folhas e galhos retirados na limpeza, e misturado a um composto chamado bokashi, usado na fertilização dos canteiros.
– Resolvemos três problemas: o do lixo, os dos ratos e baratas, e o gasto com insumos – aponta Dalva Schuch, agrônoma responsável pelo setor de jardinagem.
Este ano, a equipe de jardinagem iniciou a coleta de resíduos orgânicos nos setores. Recipientes fechados são fornecidos para separar o orgânico do lixo comum.
Além disso, nos jardins, ipês, helicônias, lantanas e lavandas colorem os espaços em tons de laranja, amarelo e azul. Acostumadas à terra e ao clima local, as plantas nativas são mais resistentes, e exigem menos manutenção. Outra estratégia é unir espécies companheiras, ou seja, plantas que liberam substâncias benéficas às outras, capazes de repelir insetos ou atrair polinizadores.
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Jardins comestíveis estão entre as apostas para interação com a natureza. Além de decorativos, os jardins possuem outras funções, como a de auxiliar no conforto térmico. Quem visita os campi da Univali pode perceber jardins verticais nos corredores. Eles funcionam como cortinas, e garantem ambiente mais fresco no verão.
Outra proposta são os jardins comestíveis. Tomate, abóbora, couve, beterraba, amora e temperos, migraram da horta para os jardins. Uma tendência mundial para aproveitamento dos espaços urbanos, que também ocorre nos campi da Univali.
Os cuidados com os espaços ficam por conta de cinco jardineiros em Itajaí, dois em Balneário Camboriú e um em Tijucas, de empresa terceirizada. Eles iniciam o trabalho às 5h.