O brasileiro Alberto Santos Dumont, inventor e um dos pioneiros da aeronáutica mundial, morreu há 80 anos, mas as criações e projetos que ele ajudou a aprimorar continuam presentes no século 21.

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Na manhã desta quinta-feira a Univali de Itajaí expõe a réplica de uma destas peças: o primeiro balão criado por Santos Dumont, com o nome de Brazil, em 1898. Construída pelo estudante de Oceanografia da Univali Carlos Magno cem anos depois do original, a réplica em tamanho real tem seis metros de diâmetro, além de cinco metros do cesto de vime.

O material do balão é o nylon resinado, que foi recortado e costurado durante cerca de um mês até o término da construção. Além de estar exposto no bloco D3 da universidade, o objeto também será usado em uma palestra às 14h, apresentando as ações de empreendedorismo de Santos Dumont.

Vai ser detalhado desde a cronologia dos inventos que levaram o homem ao espaço e a construção de satélites, até a pesquisa científica abordando, também, a questão dos resíduos espaciais. O evento integra a programação do 8º Festival Cultural da Univali, que segue até amanhã.

– Na época que o balão original foi construído se percebeu que era possível, por exemplo, observar melhor as atividades marítimas, até mesmo o movimento de cardumes e outras formas de via marinha. A palestra desta quinta-feira se chama “Santos Dumont: oceanógrafo?”, porque discute exatamente essa ampliação do conhecimento aéreo com o uso dos balões, relacionado à oceanografia e às pesquisas científicas – diz o idealizador do projeto Carlos Magno.

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Dumont e o balonismo

Em 1897 Santos Dumont partiu para a França, onde contratou aeronautas profissionais que lhe ensinaram a arte da pilotagem dos balões. Até 1900 ele já havia criado nove balões, dos quais dois se tornaram famosos: o primeiro deles, chamado Brazil, estreou em 4 de julho de 1898 e foi a menor das aeronaves até então construídas – inflado a hidrogênio, com apenas 113 metros cúbicos.

Com o segundo, o Amérique, Dumont obteve em 13 de junho de 1899 o quarto lugar num torneio aéreo, a Taça dos Aeronautas, destinada ao balonista que pousasse mais distante do ponto de partida após 325 quilômetros percorridos e 22 horas de voo.

Simultaneamente ao balonismo, Santos Dumont começou experiências também com dirigíveis, desenhando uma série de balões alongados com lemes e motores a gasolina.