A Unisociesc, reconhecida como centro universitário neste mês, vai investir na remodelação e reequipamento do campus do Boa Vista, em Joinville. Inclusive será construído novo prédio para o curso de arquitetura.

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Serão aplicados R$ 26 milhões na unidade dos cursos de engenharias durante o biênio 2013/2014. Do total, R$ 20 milhões virão do BNDES. A instituição de ensino tem 23 mil alunos. A biblioteca tem 120 mil livros. A área construida é de 200 mil m².

Um dos grandes gargalos para manter o padrão de excelência é a falta de professores brasileiros em quantidade e titulação de ponta. Por isso, a instituição está contratando doutores em Portugal e na Espanha.

– Está claro que faltam professores. Sentimos isso, sim. O Brasil forma poucos doutores e a necessidade é enorme para garantir ensino de excelência – diz o reitor da instituição, Sandro Murilo Santos.

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Santos, de 50 anos, é doutor em engenharia de produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Está na Sociesc desde 1986 como professor e dirige a instituição de ensino desde 1999. Foi ele quem montou o plano de expansão, única forma de viabilizar crescimento sustentável.

Santos ajudou a transformar a Sociesc em uma instituição com 23 mil alunos e 1.300 funcionários, distribuídos em sete cidades e oito unidades.

O INÍCIO

– A Unisociesc nasceu da Escola Técnica Tupy, quando a direção da empresa compreendeu a importância de ter profissionais bem formados para atender às demandas da indústria automobilística, então em forte crescimento. Foi, também, um período de muito boas relações com os governos nas três esferas de poder. A segunda etapa foi de aprendizado com as dificuldades.

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DIFICULDADES

– A morte de Hans Dieter Schmidt e a crise econômica geral dos anos 80 provocaram a perda de sustentação da instituição. Na época, também a Sociesc deixou de receber recursos federais. Essa situação durou até 1997. Foi quando teve de se reiventar. Havia, até, a hipótese de ser negociada.

RECOMEÇO

A partir daí, o empresariado local se uniu e assumiu o comando. A terceira fase começa em 1999. Sandro Santos foi indicado e montou o plano de expansão, única forma de viabilizar crescimento sustentável. Com autonomia para gerir o negócio, hoje a Sociesc tem 23 mil alunos e 1.300 funcionários distribuídos em sete cidades e oito unidades. A escola está em Joinville (dois locais), Blumenau, Balneário Camboriú, Itajaí, São Bento do Sul, Florianópolis e Curitiba.

CENTRO UNIVERSITÁRIO

– O projeto de transformar a Sociesc num centro universitário teve início em 2000. Demorou 13 anos para se tornar realidade, mas desde 2006 já atendia às exigências legais. Desde então, foram sete anos de burocracia, a adiar a homologação do novo status pelo Ministério da Educação, que ocorreu neste mês.

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SERVIÇOS

– No ano passado, a Unisociesc realizou 224 projetos de consultoria tecnológica, o que implica 18.480 horas de serviços de extensão tecnológica prestados para indústrias.

CERTIFICAÇÃO

– A instituição oferece tripla certificação a seus alunos da Escola Internacional. Os estudantes saem com certificação brasileira (MEC), do governo norte-americano e, até, garante que os formados no ensino médio se habilitem a fazer vestibular em quaisquer universidades de vários países.

ORÇAMENTO

– O orçamento da Unisociesc, para este ano, é de R$ 135 milhões. O Ebitda (geração de caixa) é de 14% do total. Em dez anos, a escola cresceu 25% ao ano entre 2000 e 2010. No ano em andamento, o investimento corresponde a 11% do faturamento. Houve picos de investimentos: de 2006 a 2008, foram aplicados R$ 32 milhões na construção do campus da avenida Marquês de Olinda, em Joinville. E, em 2009, outros R$ 20 milhões permitiram a construção da unidade de Curitiba.

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REANÁLISE

– As faculdades em Bluumenau e em Balneário Camboriú (menores para os padrões) estão em reanálise.

FALTA

– Está claro que faltam professores. Sentimos isso, sim. O Brasil forma poucos doutores e a necessidade é enorme para garantir ensino de excelência. O gargalo é tão grande que estamos importando professores de Portugal e da Espanha para completarmos nosso quadro docente. Temos 700 professores – 400 deles atuam em Joinville. E 250 são mestres ou doutores.

DESEMPENHO

– O desempenho operacional, no ano passado, apurou receita total de R$ 122,2 milhões, alta de 8,9% em comparação com o ano anterior. Bom sinal foi a queda de 3% nas despesas, fechando 2012 com R$ 117,4 milhões, e a geração de caixa totalizou R$ 11,6 milhões, significando margem de 9,5%. No ano anterior, este indicador tinha sido de 3,67%.

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ENSINO A DISTÂNCIA

– No ano passado, a escola tinha 20.700 alunos, com 7.339 em cursos de ensino a distância (EaD). Em 2007, eram 13.251 alunos, com 4.430 no EaD.

INVESTIMENTOS

– Vamos aplicar R$ 26 milhões no biênio 2013/2014 para reequipar e modernizar os prédios e instalações do bairro Boa Vista. Do total, R$ 20 milhões virão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Faremos um prédio novo, de 4 mil m², para o curso de arquitetura, por exemplo. E outro prédio para as áreas de materiais e química, a ficar pronto em 2015.