Os olhares se cruzam no elevador de um prédio onde ocorreu um crime. A partir deste instante, Eu, Anna, filme britânico que estreia nesta sexta em Porto Alegre, segue os passos de dois personagens arquetípicos do suspense policial: a mulher misteriosa que esconde algo de seu passado e o tira sem vida pessoal além do trabalho que por ela fica atraído.

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Em seu primeiro longa-metragem, o diretor inglês Barnaby Southcombe bebe na fonte de Alfred Hitchcock para tentar envolver o espectador em um clima de progressiva tensão e reviravoltas. Que envolve sobretudo a protagonista, Anna (Charlotte Rampling), mulher de seus 50 e poucos anos que trabalha como vendedora numa loja de móveis de Londres . Vivendo num apartamento com a filha e a neta, Anna frequenta encontros para solteiros.

Um desses encontros a levará até Bernie (Gabriel Byrne). Ao sair do apartamento de um homem que conheceu, ela chama a atenção do tira, que ali chega para investigar um homicídio. A titubeante aproximação entre Anna e Bernie transcorre em meio ao embaralhamento entre o que é real é e os delírios decorrentes de um trauma que Anna viveu no passado e que a deixa cada vez mais instável emocionalmente.

A construção do clima de suspense é eficiente, mas a ótima atuação de Charlotte se impôs como trunfo maior de Eu, Anna.

Eu, Anna (I, Anna)

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De Barnaby Southcombe.

Com Charlotte Rampling, Gabriel Byrne, Hayley Atwell.

Suspense, Grã-Bretanha, 2012.

Duração: 93 minutos. Classificação: 14 anos.

Cotação: 3 estrelas (de 5)