O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou nessa segunda-feira uma portaria que cria o Programa de Mamografia Móvel. O programa vai liberar Unidades Oncológicas Móveis que percorrerão locais estratégicos que se cadastrarem para receber o serviço. O financiamento das unidades móveis será compartilhado entre o governo federal, Estados e municípios.
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Padilha aponta a desigualdade de acesso à mamografia como uma grande preocupação das políticas públicas e considera as unidades móveis uma forma de melhorar o acesso da população feminina a serviços de prevenção. Os exames feitos nessas unidades serão enviados via satélite para um estabelecimento de saúde para que um médico especialista avalie e dê o resultado em até 24 horas.
No Brasil, a população feminina de cerca de 260 municípios com mais de 100 mil habitantes tem dificuldade de acesso ao exame de mamografia. A faixa prioritária para o exame é entre 50 e 69 anos, mas a mamografia deve ser feita por todas as mulheres a partir dos 40 anos.
Essa ação do Ministério da Saúde faz parte da programação do movimento Outubro Rosa, uma ação internacional que estimula a participação da sociedade nas questões relativas ao câncer de mama. Para incentivar o exame preventivo do câncer de mama, a iluminação dos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Catedral de Brasília ganhou tons de rosa, que permanecerão durante todo o mês de outubro.
Exame é essencial para diagnóstico precoce
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O câncer de mama é o segundo tipo de câncer que mais atinge as brasileiras. A estimativa é que, em 2012, cerca de 52 mil mulheres tenham o diagnóstico da doença. De acordo com Maira Callefi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), a mamografia é essencial para a detecção do câncer de mama em seu estágio inicial.
– Estágio zero é aquele em que aparecem apenas pequenas microcalcificações, o que somente a mamografia detecta. Por isso, é tão importante a mamografia de rotina – explica.
Segundo Maira, no chamado estágio um, os tumores têm até 2 centímetros, sem envolvimento com a axila.
– É um problema para o autoexame. Nesses estágios, há 95% de chances de cura – diz, ressaltando a importância da mamografia para o diagnóstico precoce.
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A presidente da Femama informa que 12 mil mulheres morrem, anualmente, de câncer de mama, sendo que apenas 20% são diagnosticadas ainda nos primeiros estágios da doença. O tempo entre o diagnóstico e o tratamento, que no Brasil demora 180 dias, é um entrave para a cura. O ideal seria, no máximo, 30 dias, conforme Maira.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc), Anderson Silvestrini, quando o câncer de mama é detectado tardiamente, as chances de sobrevivência das mulheres caem para 30%.