Depois da tentativa frustrada do leilão da Sulfabril em maio deste ano, a Justiça resolveu desmembrar o patrimônio em dois lotes. O primeiro deles, que compreende a duas unidades desativadas, será leiloado nesta terça-feira, às 15h, na sala do Júri do Fórum de Blumenau, em audiência aberta ao público. Além da separação, algumas mudanças na forma de compra foram realizadas para tentar facilitar a vida do comprador e do leiloeiro.
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– Acreditamos que dessa forma ficará mais fácil, principalmente pelo fato de estarmos leiloando duas unidades que estão desativadas – disse a juíza Quitéria Tamanini Vieira Peres, titular da 1ª Vara Cível de Blumenau e responsável pelo processo desde 2009.
O segundo lote já tem data para ser leiloado também. Será no dia 16 de setembro, quando serão oferecidas as unidades em operação de Blumenau (R$ 102,6 milhões) e Ascurra (R$ 6,6 milhões), além das marcas do grupo, avaliadas em R$ 40 milhões.
A dívida da Sulfabril soma cerca de R$ 119 milhões (números de maio), com aproximadamente 2,5 mil funcionários envolvidos. A juíza diz que ainda não é momento de pontuar quem recebe ou não.
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– O momento agora é de fazer caixa. Depois, serão via judicial que será decidido quem vai receber ou não – contou Quitéria.
A juíza também confirmou que o herdeiro da empresa tentou impugnar o leilão, mas não teve sucesso e a data foi mantida.
O LEILÃO DESTA TERÇA-FEIRA
O quê vai a leilão
Sede desativada em Gaspar:
– Localizada na Rua Pedro Simon, no bairro Margem Esquerda
– Valor: R$ 7.109.753,25
Sede desativada em Rio do Sul:
– Localizada na Estrada Madeira, no bairro Barragem
– Valor: R$ 3.769.071,33
Como será?
– Para participar, o interessado precisa se cadastrar no site até momentos antes do leilão
– O lance precisa ser dado pessoalmente pelo interessado ou alguém que o represente
– O lance mínimo precisa ser de 70% do valor
– Vence quem der o maior lance
– O pagamento pode ser feito à vista ou em até seis vezes
– O pagamento (ou a primeira parcela) precisa ser efetuado até sexta-feira, dia 8
– Os imóveis podem ser leiloados separadamente
ENTENDA O CASO
1947
– Empresa é fundada em 12 de fevereiro por Paulo Fritzche
1996
– Começam os problemas econômicos na Sulfabril
1999
-Empresa declara falência em 17 de setembro
2002
– A venda dos bens da empresa é autorizada em fevereiro pela primeira vez
2004
– Em março é autorizada a venda antecipada dos bens, que não se concretiza
2008
– A TKR, empresa interessada na compra, pretende assumir as dívidas
2010
– Em março a Justiça indefere a proposta da TKR por entender que a empresa não tem capacidade financeira de assumir a Sulfabril e quitar as dívidas
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2011
– É publicada a primeira lista de pessoas físicas e jurídicas que têm valores a receber da Sulfabril
2013
– Cerca de 2,5 mil ex-trabalhadores e 120 equiparados (representantes) da Sulfabril recebem 15% dos créditos trabalhistas atualizados
2014
– 27/2: publicado o edital para o leilão
– 22/5: o antigo proprietário tenta o segundo recurso para evitar o leilão, mas pedido é negado pelo Tribunal de Justiça
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– 27/5: o primeiro leilão – tipo pregão – não recebe propostas
– 16/6: leilão é desmembrado em duas partes e a primeira é marcada para o dia 5/8
– 5/8: leilão do imóveis das fábricas desativadas em Rio do Sul e Gaspar, avaliadas em R$ 3,7 milhões e R$ 7,1 milhões, respectivamente
– 16/9: leilão das unidades em operação de Blumenau (R$ 102,6 milhões) e Ascurra (R$ 6,6 milhões), além das marcas do grupo, avaliadas em R$ 40 milhões