Os mais de dois mil presos que estão no complexo prisional no bairro Agronômica, em Florianópolis, terão atendimento de saúde em uma estrutura própria construída ao lado da penitenciária.

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A obra ainda não inaugurada deverá colocar Florianópolis no mapa nacional da atenção integral à saúde dos detentos. A Secretaria da Justiça e Cidadania (SJC) afirma que os R$ 331,7 mil em recursos aplicados são do Estado e do governo federal.

Ainda há um impasse que envolve a assinatura de um convênio para que o município faça parte por meio da Secretaria Municipal da Saúde e que haja adesão ao Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, os presos da Capital que precisam de serviços de saúde são levados aos postos da Agronômica e Trindade.

O encaminhamento será feito dentro do complexo, evitando deslocamentos pelas ruas e também desafogará a demanda natural da rede pública. A SJC diz que o prédio tem 366 metros quadrados e conta com equipamentos adquiridos em parceria com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

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A unidade contempla a portaria 1/2014 dos ministérios da Saúde e Justiça sobre prevenção estadual da saúde às pessoas privadas de liberdade. A lista de servidores previstos inclui, por exemplo, médico, dentista, enfermeiro, psiquiatra, psicólogo e técnicos.

O secretário municipal da Saúde de Florianópolis, Carlos Daniel Moutinho, observa que a unidade atende a uma demanda histórica de presos da Capital, questão já abordada pelo Ministério Público de Santa Catarina.

Moutinho afirma que ainda não está acordado o convênio com o município, que avalia a capacidade financeira, destacando que a medida também pode ser assumida pela Secretaria de Estado da Saúde.

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– É importante essa estruturação, uma necessidade, porque os presos estão reclusos num espaço de transmissão de doenças, há casos de tuberculose, hanseníase e doenças de pele – alerta Moutinho.

Há unidades de saúde que atendem presos em Joinville, Jaraguá do Sul e Curitibanos. A meta é que até 2019 todas as prisões tenham a estrutura médica própria, pontua o secretário-adjunto da SJC, Leandro Lima.

DESATIVAÇÃO SAI, DIZEM AUTORIDADES

Mesmo com o novo investimento financeiro dentro do complexo prisional, as autoridades do sistema prisional garantem que a penitenciária e as demais prisões sairão da Agronômica.

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– Eu penso que deve ser feito apenas o investimento paliativo. Deus queira que possamos mudar ainda no governo Colombo – promete a secretária da SJC, Ada De Luca.

A transferência dos detentos da Penitenciária de Florianópolis seria para a Penitenciária de Imaruí, no Sul, mas essa obra nem iniciou porque a prefeitura local cancelou o alvará e busca na Justiça impedir a construção. A batalha já dura mais de dois anos.

Dentro do complexo da Agronômica, agentes penitenciários relatam que há uma série de obras. A SJC afirma que são pequenos e necessários reparos de manutenção da atual estrutura.

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