O único foragido da sétima fase da Operação Lava-Jato, Adarico Negromonte Filho, é esperado na sede da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba (PR) nesta segunda-feira. A advogada do suspeito, Joyce Roysen, confirmou por telefone que o cliente – irmão do ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte – irá se entregar aos agentes no período da manhã, mesmo que o pedido de revogação da prisão temporária, feito no dia 18, seja negado pela Justiça.

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– Esse mandado de prisão é totalmente injustificado, mas ele está disposto a colaborar com as investigações e por isso vai comparecer. Acreditamos que, depois de prestar depoimento, ele será liberado – disse Joyce.

A defesa apresentou uma petição ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo, na qual adianta a decisão e reforça o pedido de liberdade provisória. Conforme o texto, assinado por Joyce e por outras três advogadas, Adarico tem 70 anos, “bons antecedentes” e não pode “ser considerado foragido”, por não ter sido procurado pela PF em sua residência, na cidade de Registo, em São Paulo.

Ele irá voluntariamente à PF, segundo o documento, “por não suportar mais as mazelas da prisão temporária decretada”.

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Adarico é suspeito de ter transportado malas de dinheiro a pedido do doleiro Alberto Youssef, delator do suposto esquema de desvio de recursos da Petrobras, o que é negado pela defesa. Segundo a PF, ele teria atuado como “mula” para facilitar a movimentação de dinheiro e dissimular a lavagem de dinheiro, por isso seu depoimento é importante para a investigação.

Fora a expectativa em relação ao testemunho de Adarico, o fim de semana transcorreu sem grandes novidades na sede da superintendência. No sábado, o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, teve alta do Hospital Santa Cruz, onde havia sido internado na noite de sexta-feira. Ele sofreu uma crise de hipertensão e, depois de ser medicado, voltou à carceragem.

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Neste domingo, nenhum dos 13 presos prestou depoimento. O único movimento no local, além da presença da imprensa, é o de advogados que chegam à PF para levar alimentos e remédios a investigados.

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