O velejador catarinense André Fonseca, o Bochecha, foi um dos mais assediados pelo público na chegada à Vila da Regata, em Itajaí, neste domingo. O atleta, que é o único brasileiro na Volvo Ocean Race, contou um pouco sobre como foram os momentos a bordo do Mapfre durante a quinta etapa. Ele também descreveu a emoção de chegar a Santa Catarina e encontrar a recepção calorosa dos visitantes e da família.

Continua depois da publicidade

::: Leia todas as notícias sobre a Volvo Ocean Race

::: Site mostra localização das equipes da Volvo em tempo real

::: Acesse a página especial sobre a Regata Volta ao Mundo

Como descreve a chegada aqui em Itajaí?

Continua depois da publicidade

Fantástico, muita gente, melhor do que o imaginado. Não esperava tanta gente, foi sorte chegar num domingo de noite, com uma festa enorme, vamos comemorar muito. Achei muito emocionante, esperava que ia ser emocionante, mas quando chega na hora a gente fica mais. Minha família toda está aqui, minha esposa e estou muito contente, vamos comemorar bastante.

O que foi mais difícil no mar?

O mais difícil foi conseguir navegar barco tão perto um do outro e o esforço de puxar mais, acelerar mais, isso foi muito cansativo. Mas acho que foi o brilho da etapa, quem acompanhou pela internet viu que o foi. Depois de tanto tempo, 20 dias, dos barcos tão perto um do outro, acho que foi um grande feito, é heroico.

O que te surpreendeu nessa etapa?

Como sempre frio, onda, cansaço. Na verdade, o que mais cansa é você continuar puxando o tempo inteiro, sempre tendo que acelerar mais, tendo que alcançar o outro barco, isso cansa muito.

Qual a primeira coisa que você pretende fazer a partir de agora?

Eu quero falar com a minha esposa.

Confira as imagens da chegada do Abu Dhabi e do MAPFRE:

Como foi a manobra do jibe chinês (quando o barco fica adernado, com as velas quase coladas na água)?

Continua depois da publicidade

Na verdade eu estava dormindo dentro do barco e eu não vi exatamente o que aconteceu. Mas é quando você perde o controle do barco, uma manobra que não é boa, normalmente estraga muito o barco. A gente conseguiu organizar bem e fazer direito, conseguimos acelerar depois disso e recuperar a posição. A gente aprende com o erro, mas às vezes é fora de controle.

O que vocês poderiam ter feito diferente para vencer essa etapa?

A gente fez tudo que precisava ser feito, não deu. São detalhes, cada barco tem tantos detalhes que poderiam fazer diferente ou melhor.

Vocês se recuperam nas últimas duas etapas, tirando um primeiro lugar e um segundo agora. Ainda dá para chegar no título?

Acho difícil de conquistar o título, o Abu Dhabi está bastante na frente, não vamos deixar de ser realistas. Mas estamos recuperando, acho que o que importa é fazer bem, você saber que se esforçou, que você chegou bem, acho que isso é o que vale. O primeiro e o segundo lugares demonstram o esforço da equipe, a vontade de melhorar e de chegar bem no pódio.

Continua depois da publicidade

Como foi receber o leme no final do comandante?

Eu perguntei pro Iker (comandante) se ele não ia entrar timoneando e ele me disse “não, aqui é teu povo, aqui é tua cidade, quem vai entrar timoneando é tu”. E eu disse “tu está me dando um presente, muito obrigada”, porque realmente é muito legal você entrar no leme.

Classificação geral da regata até aqui*:

1º Abu Dhabi Ocean Racing – 9 pontos

2º Dongfeng Race Team – 16 pontos

3º Team Brunel – 18 pontos

4º Mapfre – 18 pontos

5º Team Alvimedica – 19 pontos

6º Team SCA – 24 pontos

7º Team Vestas Wind** – 36 pontos

*Quem tiver o menor número de pontos vence. Isto porque a pontuação corresponde à ordem de chegada. Quem chega em 1º lugar recebe um ponto e quem chega em 6º, seis.

** Equipe está fora da competição desde que encalhou rumo a Abu Dhabi e pretende retornar na etapa de Lisboa.