A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) se reúne nesta quarta-feira em Santiago, no Chile, a fim de tentar mediar uma solução para a crise venezuelana, que no mesmo dia chega a um mês de protestos.

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Poucas horas antes de a presidente brasileira Dilma Rousseff anunciar uma comissão para acompanhar a situação da Venezuela, morria a 21ª pessoa nos protestos venezuelanos.

– Os ministros vão criar uma comissão, que pode ser com representantes de todos os países que participarão do encontro, e fazer a interlocução pela construção de um ambiente de acordo, de consenso, de estabilidade lá na Venezuela – disse a presidente brasileira, que está em Santiago para participar da solenidade de posse da sua colega chilena, Michelle Bachelet.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, havia confirmado presença nas cerimônias, mas cancelou a viagem de última hora. Dilma disse que a ausência do venezuelano não vai prejudicar a atuação da Unasul em busca de soluções para o país bolivariano, em crise por disputas entre o governo e a oposição.

– O fato de não vir um ou outro presidente não vai interromper esse processo, porque serão os chanceleres e não os presidentes (que irão discutir o assunto). É um momento de posse, estamos comemorando a posse dela, é mais correto que sejam os chanceleres a fazer a reunião – acrescentou, dizendo que os integrantes do bloco sul-americano sempre vão “procurar a ordem democrática”.

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Na noite de segunda-feira, um estudante morreu e duas pessoas ficaram feridas depois que foram baleadas em protesto na cidade venezuelana de San Cristóbal, elevando para 21 o número de vítimas.

Nesta terça-feira, organizações estudantis venezuelanas convocaram mobilização para hoje no centro de Caracas, quando se completa um mês das manifestações contra o governo de Maduro.

– O movimento estudantil faz uma convocação nacional para 12 de março, com concentração na praça Venezuela, de onde marcharemos até a Defensoria do Povo – afirmou Carlos Vargas, dirigente estudantil da Universidade Católica Andrés Bello, que promove o protesto.

A mobilização foi marcada para o mesmo lugar em que, no sábado e segunda-feira, policiais impediram a realização de manifestações.

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– Apelamos à consciência dos venezuelanos para que não nos abandonem nesta luta. Por isso, convocamos os trabalhadores, as mães, os pais, os sindicalistas, os grêmios – acrescentou Juan Quintana, da Universidade Humbolt, outro organizador.