Bastou apenas uma semana para o problema se repetir, só que agora em um novo lugar. Uma das maiores escolas da Serra Catarinense parece estar caindo aos poucos. As autoridades garantem não haver motivos para pânico e prometem empenho em buscar uma solução definitiva. Já os alunos estão assustados e cansados de promessas.
Continua depois da publicidade
Construída em 1964, há 48 longos anos, com arquitetura assinada pelo mestre Oscar Niemeyer e mosaicos feitos por Martinho de Haro, um dos artistas mais importantes e reconhecidos de Santa Catarina, a Escola de Educação Básica de Lages, antigo Colégio Industrial, conta atualmente com 1,6 mil alunos nos ensinos fundamental, médio e técnico, que estudam de manhã, tarde e à noite.
O prédio está localizado na Avenida Dom Pedro II, no Bairro Vila Nova. Na tarde da terça-feira passada, dia 23, o forro de PVC de uma das 30 salas de aula começou a ruir e desabou. Os 30 alunos que estavam no local saíram poucos minutos antes e ninguém ficou ferido.
Na ocasião, o problema foi atribuído pela Gerência Regional de Educação (Gered) ao forte temporal que havia atingido a cidade na noite anterior. Os estudantes foram remanejados para outro ambiente e a sala foi temporariamente interditada para reforma. Os trabalhos devem ser concluídos nesta semana.
Mas quando todos acreditavam se tratar de algo isolado, eis que o problema se repete. Na manhã desta terça-feira, a mesma situação ocorreu em outra sala de aula, ainda que com menores proporções. Novamente ninguém ficou ferido e, desta vez, a culpa ficou com as várias araucárias existentes no pátio da escola, cujas folhas (grimpas) estariam sobrecarregando o teto das salas, cujo forro de PVC foi colocado há aproximadamente quatro anos.
Continua depois da publicidade
– Estamos cansados de ouvir promessas. Estão esperando acontecer alguma tragédia para tomarem uma atitude -, critica a presidente do Grêmio Estudantil da escola, Lilian Elyas de Souza, de 17 anos e aluna do terceiro ano do ensino médio.
– Não é justo com os pais que enfrentam fila para matricular os seus filhos na escola e, de repente, o teto da sala de aula cai em cima deles. Na segunda-feira passada, quando choveu forte, caía água dentro do auditório e o professor precisou dar aula com guarda-chuva -, completa Amanda Souza Corrêa, 17 anos, colega de Lilian.
Governo espera dinheiro para reformar as escolas
A diretora da escola, Teresinha de Fátima Ortiz Pereira, admite o problema e também aguarda uma solução.
– A escola está precária como um todo, principalmente na parte elétrica e hidráulica. A reforma está prometida para o início do próximo ano.
Continua depois da publicidade
O gerente de infra-estrutura da Secretaria do Desenvolvimento Regional de Lages (SDR), Aldo Antonio da Silva, garante a segurança dos alunos e professores.
– Não é preciso interditar a escola, pois o problema é no forro, e não na estrutura do prédio.
Já o secretário Jurandi Agustini diz que o Estado tem uma previsão de R$ 50 milhões, mediante empréstimo junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), para reformar as escolas estaduais em 2013.
Na região de Lages, a rede estadual conta com 46 instituições em 12 municípios. No momento, quatro estão passando por trabalhos em Lages. Para o Colégio Industrial estão previstos R$ 5 milhões, mas o secretário não prevê prazos para início e conclusão das obras.
– Não posso prever prazos, pois é só uma previsão de orçamento. Mas tem tudo para dar certo. Precisaremos derrubar os pinheiros e fazer uma reforma geral que pode durar até um ano e meio. E esse forro de PVC tem que ser banido das escolas.
Continua depois da publicidade