O governador Raimundo Colombo entra para a história como o governante que atraiu a desejada montadora. Se diz um “homem de sorte” diante do fato, mas se mostra mais animado com os impactos positivos que a marca vai gerar na economia catarinense. Leia e entrevista:

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Diário Catarinense – A conquista da primeira fábrica da BMW da América Latina por SC foi um lance de sorte ou competência no atendimento dos pleitos da montadora?

Raimundo Colombo – Eu acho que as características de SC ajudaram muito. A primeira abordagem foi da nossa equipe, que fez um trabalho dedicado na interação com executivos da empresa. Mas havia vontade deles também de fazer o investimento aqui. Foi um conjunto de fatores.

DC – Qual é o impacto esperado com a instalação da montadora?

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Colombo – O histórico do impacto de uma fábrica com essas características, com esse conceito, é muito grande. Hoje, quase 20% do PIB brasileiro está no setor automotivo. A cadeia produtiva em torno de uma montadora é muito grande. Ela atrairá fornecedores com tecnologia de ponta.

DC – Os benefícios oferecidos estão dentro do que outros estados adotam?

Colombo – Sim. Considerando o impacto de um investimento como este, os benefícios são importantes. Quando fui prefeito de Lages, fizemos um grande esforço para levar a unidade da Ambev para o município. Na época, houve compreensão da maioria, mas alguns criticaram. Hoje, um terço do movimento econômico da cidade depende do faturamento da Ambev, que recolhe um volume extraordinário de impostos para o Estado.

DC – O programa criado pelo Estado beneficiará outras empresas e setores?

Colombo – Conforme a lei aprovada, incluímos os setores automotivo, aeroviário e de segurança. No caso da BMW, ela também vai importar por SC, o que gera uma receita nova ao Estado. O programa vai favorecer outras empresas que confirmaram instalação aqui ou virão depois. Entre elas estão a Sinotruck, fabricante chinesa de caminhões que vai para Lages, a Geely (dona da Volvo) e uma outra cujo nome está em sigilo.

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DC – Quais são as expectativas sobre ganhos tecnológicos?

Colombo – O ganho tecnológico é extraordinário. A BMW funciona, para nós, como um polo de atração. Todas as empresas que vêm conversar sobre investimentos conosco, quando a gente fala que a montadora está vindo, ficam mais interessadas. Isso facilita as abordagens. A marca da BMW, que é de valor extraordinário, faz a diferença, projeta os atrativos catarinenses. É uma porta que se abre para novas conquistas.

DC – Há décadas SC tentava atrair uma montadora. Com se sente como o governador que trouxe a montadora ao Estado?

Colombo – Como um homem de sorte. Eu tenho afirmado que, agora, a BMW vai ser mais uma marca global feita em SC, a exemplo da Embraco, Consul, Weg, Sadia e Perdigão, que são empresas nossas.

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DC – Na sua avaliação, o consumidor catarinense vai preferir os carros da marca?

Colombo – Acho que é muito natural isso. Nós temos uma origem germânica muito forte, a marca tem tudo a ver com essa origem e ela já vende bem aqui.

DC – O senhor confirma que o carro oficial do governador será uma BMW?

Colombo – Vamos comprar só quando a fábrica produzir. Será o modelo feito no Estado. Só tem sentido ter uma BMW se for montada aqui. Senão, seria exibicionismo da minha parte.