É um baque econômico inadmissível. Sob o ponto de vista político e administrativo, é difícil entender que não haja força para acelerar uma obra essencial para Santa Catarina.
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Realizado na segunda-feira em Criciúma, o 1o Seminário Nacional de Mobilidade Urbana – Mobilidade para Todos chamou novamente a atenção para a urgente necessidade de conclusão da duplicação do trecho sul da BR-101. O resultado do estudo feito pela Unisul de Tubarão e encomendado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) é estarrecedor: desde 2006 os entraves para o término da obra causaram prejuízos de R$ 37,7 bilhões ao Estado. O levantamento, que reúne informações sobre os reflexos negativos para o desenvolvimento da região, deve servir de bandeira para que as autoridades sejam cobradas de forma firme e sem trégua até que os últimos metros duplicados sejam entregues aos motoristas.
O cálculo das perdas foi possível devido a uma comparação com o Norte catarinense -que levou em conta também a influência do PIB na economia. O volume expressivo de recursos que a região deixou de gerar durante um ano supreendeu a própria Fiesc. É um baque econômico inadmissível. Sob o ponto de vista político e administrativo, é difícil entender que não haja força para acelerar uma obra essencial para o escoamento de parcela importante da produção catarinense e estimular novos negócios, além de geração de emprego e renda. Tendo em vista as características inovadoras e empreendedoras do Estado de Santa Catarina, qualidades reconhecidas inclusive nacionalmente, é também anacrônico que a população do Sul ainda esteja às voltas com uma obra iniciada em 2005 e que já tenha consumido, até agora, cerca de US$ 800 milhões – o valor previsto para a entrega da duplicação de todo o trecho.
Além de atrapalhar o desenvolvimento econômico, há um cruel e doloroso passivo social a ser relembrado, causado pelos frequentes acidentes que ocorrem no trecho sul e que destroem vidas e abalam famílias inteiras. É um drama que parece não ter fim, mas essa história pode ter outra escrita se parlamentares, governo do Estado e a sociedade civil colocarem o assunto no topo das prioridades. Não é só dinheiro público que está em jogo, mas um salto importante no destravamento da economia e vidas que podem ser salvas. Vale a pena o engajamento.
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