A Sexta-Feira Santa aproximou alguns jogadores dos seus familiares, pela manhã, no Centro de Treinamento do Cambirela, em Palhoça. Um deles foi o goleiro Neto, de 19 anos, atual reserva de Wilson. Sob os olhares atentos do pai, Alfonso Volpi, 55, que trabalha em uma empresa de terraplanagem em Rio do Campo, no Meio-Oeste do Estado, e dos irmãos, Quirk Yuri, 7, Fabian, 14, e Wendell, 16, Neto fez de tudo para ser um bom anfitrião.

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Durante o aquecimento, carregou o pequeno Quirk para dentro do campo e se divertiu com as molecagens do garoto. Enquanto isso, o pai, junto dos outros dois filhos, ficou perto do alambrado e lembrou das dificuldades para colocar o filho mais velho em um time como o Figueirense. Ex-goleiro, Alfonso nunca recebeu apoio dos seus pais para concretizar o sonho.

No máximo, tinha de contentar-se em disputar partidas amadoras em Rio do Campo, cidade que hoje tem cerca de 7 mil habitantes. A privação que sofreu não foi passada para os filhos. Alfonso jamais mediu esforços para ver Neto dentro de campo. Há seis anos, permitiu que Neto fosse jogar no Grêmio. Com 13 anos e o aval do pai, ele tentou a sorte em Porto Alegre como atacante.

Não deu certo. Lá permaneceu um ano e meio e foi deslocado para a posição de goleiro. Ao retornar para a cidade-natal, ganhou nova chance no juvenil do Brusque. Em um duelo com o Figueirense, Neto destacou-se e selou o seu destino. Foi convidado para defender a equipe da Capital e aceitou na hora.

– É difícil ficar longe dos filhos, mas é o sonho dele e eu não vou atrapalhar. Quero que ele seja muito feliz. Vê-lo jogando pelo Figueirense é bom demais – ressaltou.

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No futuro, a família Volpi espera ampliar os seus horizontes. Wendell, irmão de Neto, atua como volante na equipe juvenil do Atlético, de Ibirama, e Fabian e Quirk, os outros dois irmãos, planejam seguir o mesmo caminho. Tudo em nome da paixão pelo futebol.