1 – O título da capa

Encerrado o jogo, fomos atualizar a edição do fim de semana do “AN” com o resultado de Vasco 2 x 0 JEC. Escrevi quatro títulos para a chamada de capa do jornal e os deixei de sobreaviso, uns considerando a queda de Lisca, outros não, focando apenas no resultado, na derrota, sem a consequência (vai que não se confirmasse até o horário combinado para entregar as páginas para a impressão?) No fim, a esperada saída de Lisca foi anunciada rapidamente e entrou o título que os leitores da região de Joinville receberam: “Derrota para o líder derruba Lisca no JEC”. Dirigindo em direção da casa para o sono dos justos, por volta de meia noite, ia pensando neste título: mas será que foi a derrota que derrubou? Não teria sido o conjunto da obra do treinador à frente do Tricolor a causa da queda? Mas se ganhasse não teria saído, certo? Então, o que determinou foi a derrota, sim, senhor! Balancei a cabeça para espantar os pensamentos e me concentrei na rua. O fato é que, em futebol, trabalho e boas intenções não bastam. Vencer é determinante.

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2 – A arriscada bola da vez

O Joinville abre vaga para contratar treinador. São nomes conhecidos no mundo da bola estes dos quais se fala. Mas será que é tão fácil assim? Quem arriscaria vir tendo enorme possibilidade de entrar para a história como o técnico que rebaixou o JEC para a Série C? Está definido: Ramon Menezes, que em campo desempenhou grande papel pelo próprio Tricolor. As chances maiores são de cair. Há uma chance menor de salvar o clube e ser elevado à condição de herói, mas a de vilão tem cores mais fortes. Não existe santo milagreiro em futebol. Todos os trazidos recentemente para tentar esta condição já foram escorraçados: Falcão no Inter, Cristovão no Corinthians, Lisca no JEC. Engolidos pelos mistérios do futebol, que os comentaristas decifram num estalar de dedos e dentro de campo continua a velha caixinha de surpresas que a todos derruba.

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Que Ramon tenha sucesso e desmonte esta tese.

3 – Eu quero é time

Nos últimos meses, li e ouvi muita coisa enquanto o time caminha para a degola: A – direção/conselho chamando imprensa para conversar/discutir o momento do time; B – conversa com a torcida organizada devido às manifestações; C – a conversa fiada da modernização da Arena; D – etc, etc.

E as contratações já somam 35 no ano, fora as comissões técnicas – uma se despediu na sexta, outra chega por estas horas. Acho haver uma distorção de foco em se tratando de futebol. Lembrei-me de um trecho de comentário feito por velho cronista há uns dez anos: “Há uma tentativa de me fazer torcer por um novo estádio (para o time do coração). Querem que eu torça por estádio e eu quero torcer por time. Eu quero é time. Recuso-me a torcer por estádio. Não torço por coliseu. Eu quero é espetáculo”.

Transportando-me à seara do JEC, também acho que por aqui se gasta muita tinta com marca do uniforme, investidas à Caixa e muitas outras variações e não se foca no time, na qualidade.

4 – Tudo ou nada

Há tese segundo a qual desperta-se para tentar alguma coisa na vida quando a água bate na bunda. O JEC está com água perto do pescoço. Ou se está assistindo à desconstrução de tudo o que se viveu nos últimos anos, ou um dos roteirista do mundo da bola prepara a mais épica das viradas. Torçamos pela segunda. Torçamos pela segunda divisão. Descer à terceira será desastroso por demais. Por enquanto, porém, para desilusão geral, é o que há.

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Sai treinador, sai superintendente de futebol. O JEC está na fase de atirar para todos os lados, desesperado. As mudanças são justas, já qque não se entregam resultados. Mas são péssimos sinais.